Na Lavoura Divina

Francisco Rebouças
27/06/2017
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Os Imortais da Vida Maior atendendo solicitação de Allan Kardec para elucidar as dúvidas dos religiosos sinceros, a respeito daquele a quem deveríamos seguir como modelo sério e confiável na busca do encontro com nosso Pai e criador, recebeu a resposta que foi registrada pelo codificador na questão 625 de O Livro dos Espíritos, conforme segue.

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
R: “Jesus.”

E acrescentam ainda, importantes observações a esse respeito:

“Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.
Quanto aos que, pretendendo instruir o homem na lei de Deus, o têm transviado, ensinando-lhes falsos princípios, isso aconteceu por haverem deixado que os dominassem sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regulam as condições da vida da alma, com as que regem a vida do corpo. Muitos hão apresentado como leis divinas simples leis humanas estatuídas para servir às paixões e dominar os homens.” (1)

Nós espíritas, não temos a menor dúvida de que Jesus veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro bem. Deus o enviou para lembrar a todos nós os princípios imorredouros de suas Soberanas Leis que os homens olvidaram em atendimento às determinações do orgulho, da cobiça desenfreada e dos prazeres fugazes proporcionados pelos bens materiais. O Espiritismo trata, dentre valiosos assuntos, das leis de adoração, trabalho, sociedade, progresso, igualdade, liberdade, justiça, amor, caridade e perfeição moral, bem como das esperanças e das consolações, de maneira lógica e objetiva.

Urge despertemos para as responsabilidades que o Espiritismo com Jesus nos impõe, e reconhecer que é imperioso não esquecer que ainda nos achamos na Terra encarnados em grandiosa escola de preparação para a Vida Maior, e que por essa razão, estagiamos em seus variados departamentos para entender que a ignorância dos princípios ensinados e exemplificados por Jesus continua sendo a principal causa de tantas misérias e problemas que fomentam o desespero nos corações de uma quantidade esmagadora de criaturas.

A ignorância dos princípios espirituais explica esse conjunto desesperado gerado por essas ideias de que a felicidade pode ser conquistada pela posse de bens materiais ou pela evidência pessoal, o que não passa de simples superstição perturbando o caminho das criaturas que, após constatarem essa verdade irrefutável, revoltam-se com a certeza de que muito mais que posses materiais precisam desenvolver princípios morais e espirituais duradouros e que a felicidade é uma questão de foro íntimo independente de coisas exteriores.

O Espiritismo vem nos mostrar que apesar da crendice e do fanatismo continuarem operando o extravio das consciências, mais amplo e necessário se faz o trabalho de cooperação que o Mestre nos oferece, pois o Cristianismo revivido pela nova filosofia nascente na construção espírita de hoje solicita o esforço e a cooperação de cada um de nós, na construção individual e coletiva para vitória das forças da luz sobre as energias ocultas da sombra.

Quando formos surpreendidos por qualquer espécie de culto materialista, em desacordo com os ensinamentos do Evangelho, nessa ou naquela corrente religiosa, ou mesmo até em nosso meio espírita, procuremos auxiliar sem alarde as vítimas da fascinação, mergulhadas por enquanto em manifestações impróprias ou ilusórias da fé cega, por incapacidade de entendimento da mensagem consoladora e esclarecedora de Jesus. Lembremo-nos do Apóstolo Paulo: “não sabem como convém saber”, e procuremos de forma cuidadosa incentivar a prática do estudo e o exercício do bem, pois é, justamente nessas horas, que a ocasião nos solicita bondade e tolerância, compreensão e trabalho.

Que o ignorante e o miserável em situação pior que a nossa, receba de nossas mãos o óbolo de carinho e compreensão dos quais se faz carente, para que as necessidades dos nossos irmãos em humanidade encontrem em nós o concurso fraterno, como dedicados aprendizes de Jesus, sempre dispostos a amparar, socorrer e edificar, construindo a paz e a prosperidade ao longo de nossos passos.

Francisco Rebouças

Referências Bibliográficas:
(1) KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos, FEB. 76ª edição.

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