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Determinismo e o livre-arbítrio

novembro 23, 2017

Diante dos diversos acontecimentos das nossas vidas, muitas vezes nos questionamos a respeito de suas causas, em particular quando são dolorosos, e, comumente, as locamos nas vidas pregressas que já vivemos.

A Doutrina Espírita nos elucida a respeito:

“Na espiritualidade, antes de começar uma nova existência corporal, o Espírito tem consciência e previsão das coisas que acontecerão durante sua vida?

– Ele mesmo escolhe o gênero de provas que quer passar. Nisso consiste seu livre-arbítrio”. (1)

“Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme o sentido que se dá a essa palavra, ou seja, todos os acontecimentos são predeterminados? Nesse caso, como fica o livre-arbítrio?

– A fatalidade existe apenas na escolha que o Espírito fez ao encarnar e suportar esta ou aquela prova. E da escolha resulta uma espécie de destino, que é a própria consequência da posição que ele próprio escolheu e em que se acha. Falo das provas de natureza física, porque, quanto às de natureza moral e às tentações, o Espírito, ao conservar seu livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor para ceder ou resistir… (2)

Emmanuel, o Benfeitor Espiritual responsável pelas tarefas mediúnicas de Francisco Cândido Xavier, desenvolve o assunto:

“Há o determinismo e o livre-arbítrio, ao mesmo tempo, na existência humana?

Determinismo e livre-arbítrio coexistem na vida, entrosando-se na estrada dos destinos, para a elevação e redenção dos homens.

O primeiro é absoluto nas mais baixas camadas evolutivas e o segundo amplia-se com os valores da educação e da experiência.

Cumpre-nos reconhecer que o próprio homem, à medida que se torna responsável, organiza o determinismo da sua existência, agravando-o ou amenizando-lhe os rigores, até poder elevar-se, definitivamente, aos planos superiores do Universo”. (3)

Desta forma, está presente em nossas vidas o Determinismo Divino e o Livre-arbítrio concedido por Deus ao nosso Espírito, como um atributo natural. Então, é de se perguntar:

“Como pode o homem agravar ou amenizar o determinismo de sua vida?

A determinação divina na sagrada lei universal é sempre a do bem e da felicidade, para todas as criaturas.

Os que se educam e conquistam direitos naturais, inerentes à personalidade, deixam de obedecer, de modo absoluto, no determinismo da evolução, porquanto estarão aptos a cooperar no serviço das ordenações, podendo criar as circunstâncias para a marcha ascensional de seus subordinados ou irmãos em humanidade, no mecanismo de responsabilidade da consciência esclarecida”. (4)

Mas,

“Se o determinismo divino é o do bem, quem criou o mal?

O determinismo divino se constitui de uma só lei, que é a do amor para a comunidade universal. Todavia, confiando em si mesmo, mais do que em Deus, o homem transforma a sua fragilidade em foco de ações contrárias a essa mesma lei, efetuando, desse modo, uma intervenção indébita na harmonia divina. Eis o mal.

Urge recompor os elos sagrados dessa harmonia sublime. Eis o resgate.

Vede, pois, que o mal, essencialmente considerado, não pode existir para Deus, em virtude de representar um desvio do homem, sendo zero na Sabedoria e na Providência Divinas.

O Criador é sempre o Pai generoso e sábio, justo e amigo, considerando os filhos transviados como incursos em vastas experiências. Mas, como Jesus e os seus prepostos são seus cooperadores divinos, e eles próprios instituem as tarefas contra o desvio das criaturas humanas, focalizam os prejuízos do mal com a força de suas responsabilidades educativas, a fim de que a Humanidade siga retamente no seu verdadeiro caminho para Deus”. (5)

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

Referências Bibliográficas:
(1) KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos, item 258;
(2) KARDEC, ALLAN., O Livro dos Espíritos, item 851;
(3) CÂNDIDO XAVIER, FRANCISCO. Espírito Emmanuel. O Consolador, item 132;
(4) CÂNDIDO XAVIER, FRANCISCO. Espírito Emmanuel. O Consolador, item 134;
(5) CÂNDIDO XAVIER, FRANCISCO. Espírito Emmanuel. O Consolador, item 135.

Nota do Autor:
Grifos são do autor.

Antônio Carlos Navarro
Antônio Carlos Navarro

Estudioso e palestrante espírita. Trabalhador do Centro Espírita Francisco Cândido Xavier em São José do Rio Preto - SP

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