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Onde houver erro que eu leve a verdade…

janeiro 3, 2018

Em todos os tempos, o Criador cuidou com muito amor e carinho de suas criaturas, ofertando os imprescindíveis recursos para as tornarem capazes de alavancar o próprio progresso intelectual e moral, em cumprimento a Lei de Progresso.

A Doutrina Espírita representa, sem qualquer sombra de dúvidas, um dos mais sérios e nobres Instrumentos da qual a Espiritualidade Superior se utilizou para nos tirar do erro através do conhecimento da verdade das Leis Celestiais, aclarando nossa forma de observar a sabedoria de uma Inteligência Suprema.

Tudo tem uma razão útil de existir, e, por isso mesmo, trataremos aqui da importância do período infantil para o Espírito Imortal, porque o que mais se observa nos dias da atualidade é o desrespeito a tudo e a todos de um número grandioso e crescente de crianças que parecem não ter recebido os necessários cuidados com a educação por parte de seus de seus pais ou responsáveis na grande maioria dos casos.

  1. Qual, para este, a utilidade de passar pelo estado de infância?

“Encarnado, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.”

  1. Que é o que motiva a mudança que se opera no caráter do indivíduo em certa idade, especialmente ao sair da adolescência? É que o Espírito se modifica?

“É que o Espírito retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual era.

“Não conheceis o que a inocência das crianças oculta. Não sabeis o que elas são, nem o que foram, nem o que serão. Contudo, afeição lhes tendes, as acaricias, como se fossem parcelas de vós mesmos, a tal ponto que se considera o amor que uma mãe consagra a seus filhos como o maior amor que um ser possa votar a outro. Donde nasce o meigo afeto, a terna benevolência que mesmo os estranhos sentem por uma criança? Sabeis? Não. Pois bem! Vou explicá-lo.”

“As crianças são os seres que Deus manda a novas existências. Para que não lhe possam imputar excessiva severidade, dá-lhes Ele todos os aspectos da inocência. Ainda quando se trata de uma criança de maus pendores, cobrem-se-lhe as más ações com a capa da inconsciência. Essa inocência não constitui superioridade real com relação ao que eram antes, não. É a imagem do que deveriam ser e, se não o são, o consequente castigo exclusivamente sobre elas recai.

“Não foi, todavia, por elas somente que Deus lhes deu esse aspecto de inocência; foi também e sobretudo por seus pais, de cujo amor necessita a fraqueza que as caracteriza.

Ora, esse amor se enfraqueceria grandemente à vista de um caráter áspero e intratável, ao passo que, julgando seus filhos bons e dóceis, os pais lhes dedicam toda a afeição e os cercam dos mais minuciosos cuidados. Desde que, porém, os filhos não mais precisam da proteção e assistência que lhes foram dispensadas durante quinze ou vinte anos, surge-lhes o caráter real e individual em toda a nudez. Conservam-se bons, se eram fundamentalmente bons; mas, sempre irisados de matizes que a primeira infância manteve ocultos.

Como vedes, os processos de Deus são sempre os melhores e, quando se tem o coração puro, facilmente se lhes apreende a explicação…

 “A infância ainda tem outra utilidade. Os Espíritos só entram na vida corporal para se aperfeiçoarem, para se melhorarem. A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão de dar contas.

“Assim, portanto, a infância é não só útil, necessária, indispensável, mas também consequência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo.” (1)

Por essa razão, precisamos estar atentos a todas as atitudes e tendências de nossos filhos, para que não nos tornemos causa de dores e sofrimentos para eles no porvir, em virtude da nossa negligência em educá-los. Precisamos ter olhos de ver e ouvidos de ouvir, seguindo de forma equilibrada o sim, sim, não, não, conforme nos recomendou Jesus.

“…Constatamos, então, que a alma humana tem labirintos e esconderijos inimagináveis, onde se ocultam os produtos mais inabordáveis das vivências individuais e coletivas.. 

…O indivíduo criminoso conduz, de modo dissimulado ou reprimido, a agressividade maligna que o impulsionará desde a infância, o que se pode observar pelo modo como se relaciona com as outras crianças e com os adultos, em geral, e, particularmente, com crianças deficientes e com idosos. Costuma expressar, desde cedo, impulsos sadistas, seja por meio da brincadeira maldosa, do sarcasmo, da violência – quando exterioriza a perversão reprimida – ou por meio da verbalização desrespeitosa, do chiste de conteúdo cruel, quando intenta promover descontração e alegrias com a imagem mental do trágico, do destrutivo, do horror – quando mostra a sua perversão disfarçada, dissimulada. Ao longo do tempo vai-se desenvolvendo o processo sadomasoquista, que da fase infantil migra para as experiências adolescentes e adultas, caso uma bem forjada estrutura educativa não interfira, fomentando um seguro roteiro de vida moral e de busca espiritual, capaz de inseri-lo numa pauta de enobrecida transformação, permitindo-lhe a construção de nova tábua de valores…”. (2)

A humanidade sofre os efeitos do relaxamento na educação dos pequeninos, que se fazem espelho dos adultos irresponsáveis e negligentes, achando que fazer as vontades e realizar os desejos de seus filhos, sem a coragem para dizer não quando a situação se faz necessária, simplesmente para não ter trabalho e não enfrentar a contrariedade do seu filho é o correto.

Mais tarde, sofrem os efeitos desse descuido na educação de filhos e filhas, na própria carne, e ficam a lamentar e reclamar do convívio difícil deles em relação aos próprios familiares por atitudes, deseducadas, desatenciosas, desrespeitosas etc., esquecendo que foram eles mesmos quem os criaram.

Urge modificar os maus hábitos dos pequeninos, fazendo-os compreender que devem obediência a seus pais, respeito aos mais velhos, cuidado com a natureza entre outros muitos ensinamentos, porque eles crescerão, e se tornarão o que deles fizermos, salvo raras e compreensíveis exceções.

Francisco Rebouças

Referências:
(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. F.E.B. 76ª edição.
(2) Teixeira, Raul. Pelo Espírito Camilo. Livro: A Carta Magna da Paz Editora Fráter – Cap. 1.
Grifos nossos.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://amenteemaravilhosa.com.br/crianca-amavel-e-uma-crianca-sadia/>. Acesso em: 03JAN2018.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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