Vínculos que formam um espetáculo

Orson Peter Carrara
08/01/2018
952 visualizações

Uma agradável festa de casamento trouxe reflexões importantes em data recente. Os vínculos familiares, as lembranças que saltam incontroláveis e mesmo o ambiente emotivo – próprio da ocasião –, levam às emoções.

Misturam-se as gerações, encontram-se e integram-se as famílias; os mais veteranos recordam, assustam-se com os novos que o tempo transformou em adultos. Curioso porque, ao mesmo tempo, os mais novatos (e aqui refiro-me às crianças mesmo) promovem o espetáculo da vida humana que se renova todo dia. Muitos estão ausentes, ou já se foram – gerando intensas saudades; outros trazem consigo os laços de futuras famílias que começam a se esboçar nos jovens casais de namorados.

Depois os abraços, as recordações, a visão de como o tempo passou. E, por mais paradoxal que possa parecer, também o futuro vivo mostrando-se com toda sua força e potencialidade. Que coisa linda é a vida! Que espetáculo de alegria e amor!

Nela concentram-se maturidade, a juventude, a inocência, a pureza. Nela também está a dificuldade, a esperança, o otimismo, a alegria, a tristeza. Igualmente mostram-se os quadros da diversidade de experiências que trazem a sabedoria, a prudência, o cuidado.

Por isso mesmo a vida familiar é das mais notáveis oportunidades que recebemos do Criador. É nesta permuta, neste intercâmbio, que crescemos. É justamente através das diferenças que um faz o que outro deixa de fazer; que um ajuda o outro; que um ensina, outro aprende. Estamos todos num grande processo de crescimento individual e coletivo.

Ora, pois é justamente através da família quem surgem os filhos; que o afeto se estabelece, que a estrutura ética, moral e psicológica se forma com segurança.

Por isso, todo investimento em favor da serenidade familiar é o melhor uso que podemos fazer de nosso tempo, de nossa capacidade. Estruturada a família, nos princípios do amor e do bem, do respeito ao semelhante, da honestidade, enfim, estaremos sendo partícipes de uma sociedade humana mais equilibrada. Não é notável isso?

Importante, pois, valorizar a família. Mas com um detalhe: nunca de forma egoísta, mas igualmente fomentando noções de solidariedade e cidadania. Fechar-se em si mesmo um grupo familiar é sinal evidente de fracasso, de equívoco no entendimento de seu verdadeiro papel.

Pare para pensar comigo, amigo leitor. Pense em sua família (também penso em meu grupo familiar). Que tesouro! Quantas alegrias, quanto aprendizado, quantas recordações, perspectivas e esperanças!

Você poderá alegar as dificuldades de convivência, enfermidades, os apertos financeiros e demais obstáculos de nosso tempo. Mas considere: são desafios de crescimento, são testes de maturidade. No final, o que fica mesmo não é o patrimônio dos bens materiais. O que prevalece mesmo (analise bem) são as emoções vividas. Só os sentimentos é que permanecem. Tratemos, pois, de valorizá-los adequadamente.

Orson Peter Carrara

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://br.pinterest.com/pin/151152131220143371/>.
Acesso em: 07JAN2018.

Veja também

Ver mais
20.03.2025

Temos nos preparado para nosso retorno ao Plano Espiritual?

Transcrevemos abaixo, sequencialmente, cinco perguntas de O Livro dos Espíritos, e suas respectivas respostas, para desenvolvermos pequeno raciocínio sobre o desprendimento. Os destaques em negrito são nossos. 22 a- Que…
20.03.2025

A Disciplina antecede a espontaneidade

      “ Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”. Paulo – 1 Coríntios, Cap. 14 v.40. Tudo na natureza está submetido a uma rigorosa ação da disciplina, em obediência às…
20.03.2025

Ciladas

Na trajetória humana em favor do desenvolvimento moral e intelectual, o Espírito, não poucas vezes, defronta armadilhas bem urdidas, nas quais tomba, de maneira irreversível, comprometendo-se por largo período... Constituem…
Abrir bate-papo
Precisa de ajuda?
Olá! Como podemos ajudá-lo(a)?