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A família vem primeiro

setembro 17, 2018

Vejamos a questão 775 do Livro dos Espíritos:

Qual seria para a sociedade o resultado do relaxamento dos laços de família?

      — Uma recrudescência do egoísmo.

E vejamos a nota de rodapé que Kardec colocou na mesma página da questão: (1) Herbert Spencer considerou a família entre as instituições que dão forma à vida social; Marx e Engels, como o primeiro grupo histórico, a primeira forma de integração humana; Augusto Comte, como a célula básica da sociedade, o embrião e o modelo desta, de maneira que a sociedade perfeita é a que funciona como família. Atualmente, a Sociologia da Família e a Psicologia Social, bem como as próprias escolas de Psicologia do Indivíduo reconhecem a importância básica da família. O mesmo se dá nos estudos de Psicologia Educacional e de Filosofia da Educação. John Dewey, em Democracia e Educação, acentua a importância do lar na organização social e na preparação da vida social. Como se vê, a asserção dos Espíritos de que “os laços de família resumem os liames sociais” são confirmados até mesmo pelos estudos materialistas da sociedade. (N. do T.)

Os casais sempre recebem como filhos os espíritos mais adequados para que os sentimentos evoluam para o amor incondicional, para que todas as mágoas e ressentimentos de vidas passadas sejam curados pelo perdão. Esse é o compromisso primeiro que Deus nos solicitou.

Quando nos afastamos da família porque, por exemplo, ela nos causa incômodos, porque não toleramos fulano ou ciclano, procurando a paz do ego ofendido, estamos na realidade nos recusando a enfrentar a nossa própria sombra. O que nos irrita e enfurece não será onde a nossa cura se fará?

Constituir uma família significa um compromisso com aqueles que serão os nossos filhos. Deus nos confiou aquelas almas para protegermos, dividirmos tudo o que temos, educarmos e amarmos com o nosso exemplo vivo de virtudes que serão sementes plantadas, que gerarão frutos na vida social. Quando cumprimos com o dever em nossa família, estaremos prontos para semear na sociedade.

A família dá ao ser um sentimento de pertencimento e inclusão que são fundamentais para o desenvolvimento moral e social. Se essa célula fundamental falha, o homem tende a comportar-se guiado pelo mero instinto de sobrevivência, agressivo e egocêntrico, pois não tem ninguém em quem confiar.

Quando Jesus, em pleno ministério, sabendo que Sua mãe e Seus irmãos O procuravam com ansiedade, de forma surpreendente interrogou ao grupo aturdido que O queria submeter à sua sombra coletiva: – Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? – e após olhar em derredor, a todos elegeu como Sua família, pois que – completou – todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

O Seu amor familiar ampliava-se a toda a Humanidade para a qual viera, rompendo os grilhões do grupo restrito, para ensinar que na condição de seres todos os indivíduos filhos de Deus, são uma só e única família.

Ele já se houvera desincumbido dos deveres no lar, encontrava-se na idade adulta, direcionava os passos para o objetivo essencial para o qual viera; não seria, portanto, lícito que se detivesse para atender às paixões e controles de qualquer natureza, em detrimento das determinações de Deus.”(1)

Vemos assim que nós, humanidade, só estaremos totalmente “desincumbidos” para agir como instrumentos de Deus na sociedade, depois que estivermos agindo no bem com a família.

Se quisermos políticos honestos, sejamos honestos com os nossos familiares. Se quisermos que ninguém passe fome, que ensinemos pelo nosso exemplo a dividir e não desperdiçar alimentos no nosso lar. Se quisermos preservar a água e a natureza do nosso planeta, que sejamos o exemplo em casa. Se quisermos respeito às pessoas, que respeitemos em primeiro lugar o nosso familiar. Se ficarmos magoados com a intolerância na sociedade, que sejamos tolerantes em primeiro lugar com aqueles com quem convivemos dentro de casa. Tudo o que desejarmos para um mundo melhor, deve começar em casa.

Assim como a nossa reforma interior vem de dentro para fora, a reforma do organismo maior “sociedade” começa no interior da família.

A família vem primeiro.

Maria Lúcia Garbini Gonçalves

Referência:
(1)FRANCO, Divaldo. Pelo Espírito de Joana de Ângelis. Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda.

Maria Lúcia Garbini Gonçalves
Maria Lúcia Garbini Gonçalves

Tradutora, mora em Porto Alegre/RS, estudante da Doutrina Espírita, trabalha no Grupo Espírita Francisco Xavier como médium.

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