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Necessidade da vida social

março 6, 2019

O isolamento em matéria religiosa e social não pode gerar senão o egoísmo

 “Deus  fez  o  homem  para   viver  em   sociedade.
Não  lhe  deu   inutilmente  a  palavra  e  todas as
outras faculdades necessárias à vida de relação.”
– O Livro dos Espíritos – Questão 766.

Os Espíritos Amigos afirmam que “o isolamento é contrário à Lei da Natureza, pois que, por instinto e necessidade, os homens se associam, concorrendo assim para o progresso mútuo.  Isolado o homem embrutece e estiola”.

 “Os dons são muitos”, já asseverava o severo “Tapeceiro de Tarso”, e tendo que progredir, isolado isso não se dá, pelo singelo fato de que o homem não dispõe, ainda, de todas as faculdades.  Assim, ao contato uns com os outros, cada um contribui na medida de seus dons e talentos na obra do progresso geral.

Allan Kardec transcreve em a “Revue Spirite” do mês de dezembro de 1868, uma página de J.J. Rousseau, na qual destacamos: “o isolamento em matéria religiosa e social não pode gerar senão o egoísmo e, sem que muitas vezes dele se dê conta, o homem se torna misantropo, deixando o seu egoísmo o dominar. O recolhimento produzido pelo efeito do grandioso silêncio da Natureza falando à Alma, é útil, mas a sua utilidade não pode produzir seus frutos senão quando o ser que ouve a Natureza falar à sua Alma, relatar aos homens a verdade da sua moral. Mas, se aquele que sente, em face da Criação, sua Alma se evolar para as regiões de uma era pura e virtuosa, não se serve de suas sensações ao despertar, no meio das instituições de sua época, senão para censurar os abusos que sua natureza sensitiva lhe exagera, porque ela sofre com isto, se ele não encontra, para endireitar os erros humanos senão fiel ressentimento, sem lhes mostrar docemente o verdadeiro caminho, tal qual o descobriu na sua própria natureza, oh! Então, infeliz dele, se não se servir de sua inteligência senão para açoitar, em vez de cuidar das feridas da sociedade!…

Sim, tendes razão: viver só no meio da Natureza é ser egoísta e ladrão, porque o homem foi criado para a sociabilidade; e é tão verdadeiro que eu, o selvagem, o misantropo, o intratável eremita, venho aplaudir essa passagem do discurso do senhor Allan Kardec, proferido na Sociedade de Estudos Espíritas no dia 1º de novembro de 1868:  “(…) o isolamento social e religioso conduz ao egoísmo. Uni-vos, pois, nos esforços e por pensamentos; sobretudo amai. Sede bons, suaves, humanos; dai à amizade o sentimento da fraternidade; pregai pelo exemplo dos vossos atos, os salutares efeitos de vossas crenças filosóficas; sede Espíritas de fato e não somente de nome, e em breve, os loucos do meu gênero, os utopistas do bem não terão mais necessidade de gemer sobre os defeitos de uma legislação sob a qual devem viver, porque o Espiritismo, compreendido e sobretudo praticado, reformará tudo, para vantagem dos homens”.

Rogério Coelho

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em
<https://www.vetr.com/research/NASDAQ:CNBC/posts/0737328358-Feeling-Isolated>. Acesso em: 06 de março de 2019.

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

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