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A palavra pode até convencer, mas só pelo exemplo é possível arrastar!

julho 31, 2019

“E se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber.” – Paulo. (I Coríntios, 8:2.)

A doutrina Espírita em seus postulados de sublime luz, não prescinde do bom senso e da lógica, e solicita de seus sinceros adeptos atenção para esse fundamento, esclarecendo no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 7 o seguinte : “Fé inabalável só o é a que pode encarar a razão, em todas as épocas da humanidade”.

Isso porque não podemos mais justificar nos dias de hoje uma fé sem uma base de sustentação que não se solidifique na constatação das descobertas científicas da atualidade e de outras muitas que certamente chegarão.

Se honestamente pretendemos seguir os caminhos ensinados por aquele que nos afirmou ser “o caminho a verdade e a vida”, e que “ninguém vai ao Pai senão por ELE”, faz-se urgente deixar o velho hábito de falar como se faz, para fazer como se deve.

Para seguir o caminho de encontro ao Mestre é preciso entender que Jesus não deseja que sejamos dele simples adoradores de sua excelsa figura como homem que esteve entre nós realizando prodígios, mas, acima de tudo, competentes servidores da obra do bem da qual a Boa Nova é portadora.

Isto é, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, procurando calar auxiliando, trabalhar com dedicação e servir com desprendimento, porque somente através do labor com devotamento é que verdadeiramente estaremos sendo eficientes na implantação e edificação do Reinado do Amor e da Luz na Terra.

O Evangelho de Jesus não pode servir de argumento para debates infrutíferos sobre seus artigos e versículos, quando muitos “cristãos”, em suas diversas correntes religiosas, pretendem se passar por únicos e verdadeiros seguidores de seus ensinamentos, sem se preocuparem em dar os necessários testemunhos na conduta diária, diante do seu semelhante.

Em nosso movimento Espírita também é comum observarmos esse tipo de comportamento, onde alguns “estudiosos” da doutrina desejam ter o monopólio da verdadeira interpretação doutrinária, esquecendo que os outros também estudam as mesmas obras e nem sempre chegam às mesmas conclusões.

No livro Vinha de Luz, psicografia de Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel, Cap. 44, o benfeitor nos alerta sobre o assunto conforme segue.

Assim também, na esfera individual, o homem apenas cogita saber, esquecendo que é indispensável saber como convém.

Em nossas atividades evangélicas, toda a atenção é necessária ao êxito na tarefa que nos foi cometida.

Aprendizes do Evangelho existem que pretendem guardar toda a revelação do Céu, para impô-la aos vizinhos; que se presumem de posse da humildade, para tiranizarem os outros; que se declaram pacientes, irritando a quem os ouve; que se afirmam crentes, confundindo a fé alheia; que exibem títulos de benemerência, olvidando comezinhas obrigações domésticas.

Esses amigos, principalmente, são daqueles que cuidam saber sem saberem de fato”.

Até mesmo alguns neófitos se autoproclamam conhecedores do Espiritismo porque leram O Livro dos Espíritos, e se acham dessa forma devidamente entendidos em doutrina Espírita. Sobre o assunto, ouçamos o que diz Allan Kardec, na Revista Espírita de Novembro de 1861, na matéria intitulada Discurso do Sr. Allan Kardec, da qual extraí o texto abaixo.

Um erro bastante frequente, nos novos adeptos, é o de se crer tornarem-se mestres depois de alguns meses de estudo. O Espiritismo é uma ciência imensa, como sabeis, e cuja experiência não pode se adquirir senão com o tempo, nisso como em todas as coisas. Há nessa pretensão, de não ter mais necessidade de conselhos de outrem e de se crer acima de todos, uma prova de insuficiência, uma vez que falta a um dos primeiros preceitos da Doutrina: a modéstia e a humildade. Quando os Espíritos maus encontram semelhantes disposições num indivíduo, não deixam de superexcitá-los e entretê-los, persuadindo-os de que só eles possuem a verdade. É um dos escolhos que se podem encontrar, e contra o qual acreditei dever vos prevenir, acrescentando que não basta mais se dizer Espírita como se dizer cristão: é preciso prová-lo pela prática”.

Encontramos no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4, a correta definição para o verdadeiro espírita que não leva em consideração apenas o conhecimento doutrinário do espírita, mas e principalmente, o que se faz com ele, conforme segue. “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más”.

Pensemos nisso com muita atenção.

Francisco Rebouças

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://library.baypath.edu/higher-education-administration-resources-web>. Acesso em: 31JUL19.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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