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Semeador de Luz

novembro 29, 2019

Esparzem os raios de luz que. espoucam na tua alma, junto ao solo dos corações, enquanto medram soberanas sombras e imprecações.

Malgrado estejam feridas tuas mãos pelo caja­do das lutas quotidianas, não seja isto empecilho para o mister da sementeira. Pelo contrário, per­mite que as gôtas de suor da face cansada e as bagas sanguinolentas, caindo na terra das almas se transformem na umidade generosa que desenvolve o embrião a dormir no casulo do amor latente em todos.

Embora os pés assinalados pela presença dos espinhos e da urze, avança na direção do Infinito, alargando a vereda que se estreita à frente para que os da retaguarda possam avançar também.

Não fales de cansaço nem arroles decepção. Aqueles que entesouram o amor podem desdobrar em milhares as moedas da coragem, para continua­rem ricos de entusiasmo.

Multiplicam os haveres na razão em que os doam e quanto mais distribuem mais possuem, conseguindo o milagre da felicidade onde se encontram.

Passam muitas vezes combatidos pela indolência de uns e perseguidos pela rebeldia de outros, mas não se detêm.

Utilizando o tempo com propriedade, por re­conhecerem que a hora da semeação passa breve e é necessário aproveitar o momento azado, não se rebelam, nem recalcitram, insistindo e perseverando com otimismo.

Semeador da luz: não temas a treva nem a discórdia, a precipitação ou a preguiça.

Muitos se dizem cansados no campo; outros se afirmam desiludidos; vários desejam renovar emo­ções caracterizando-se por inusitada saturação; al­guns simplesmente desertaram, e onde medravam as primeiras plântulas a erva daninha triunfa e a desolação governa… Prossegue tu, porém, insisten­temente, mesmo que te suponhas abandonado, a sós.

Há aqueles que semeiam animosidades e depa­ram idiossincrasias.

Abundam os que espalham a ira e defrontam resíduos de ódios onde chegam.

Na alfândega da vida muitos apresentam dis­farçadas as sementes da maledicência e da infâmia esperando liberação.

O imposto da impertinência, porém, cobra taxas pesadas àqueles que se fazem fiscais em nome da impiedade.

Por isso, na gleba imensa dos homens surgem e ressurgem tantos afligentes e afligidos disputando espaço na ribalta da ilusão fisiológica. Passam dis­farçados, enganadores ou enganados, na busca do desencanto. São, também, semeadores do desconcer­to que defrontarão adiante…

Mesmo os cardos se enflorescem, algumas ve­zes, e as pedras refulgem quando lapidadas.

Semeia, pois, a luz da esperança, ainda e sem­pre, desde que se te depare oportunidade feliz.

Um dia, um Homem Sublime abandonou por um pouco um jardim de estrelas para depositar nas criaturas da Terra gemas de refulgente esperança em torno do Seu Reino.

Ímpios e caídos, hipócritas e pecadores, nobres e plebeus, gentes simples e prepotentes receberam Sua dádiva e fizeram que mergulhassem na terra das suas vidas os raios da Sua luz, transformando-se em sóis de bênçãos que, desde então, clareiam os destinos da Terra. E ele mesmo, quando foi desde­nhado numa cruz, fulgurou numa excelente madru­gada, continuando a semear a luz da imortalidade na mente e no coração dos que jaziam na sombra da saudade e do medo.

“Pondo-vos a caminho, pregai que está pró­ximo o Reino dos Céus”.

Mateus: capítulo 10º, versículo 7. 

“As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes e que, num hino sagrado, elas se estendam e re­percutam de um extremo a outro do Universo”.

Prefácio, parágrafo 3.

Livro: Florações Evangélicas

Divaldo Franco/Joanna de Ângelis

Divaldo Pereira Franco
Divaldo Pereira Franco

Divaldo Pereira Franco é natural de Feira de Santana, Bahia, Brasil, reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores espíritas da atualidade, fundou, juntamente com seu fiel amigo Nilson de Souza Pereira, o Centro Espírita Caminho da Redenção e a Mansão do Caminho, que atendem a toda a comunidade do bairro de Pau da Lima, em Salvador, beneficiando milhares de doentes e necessitados.

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