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Infertilidade e Esterilidade

dezembro 3, 2019

Estávamos participando de uma aula sobre “Reencarnação”, quando o assunto sobre a impossibilidade de ter filhos veio à tona.

Consagrado autor do livro adotado para o estudo referia-se à mulher como “responsável” pela dificuldade em gerar filhos.

Nesse momento, uma aluna interveio, alegando que, na sua opinião, o autor do livro estaria discriminando a mulher ao afirmar “que a mulher que não consegue gerar filhos, provavelmente abusou de suas faculdades genésicas noutras vidas e que referida dificuldade tratava-se, quase sempre, de expiação dessas faltas.”

Dizia a aluna: – Vamos fazer a mulher carregar mais essa culpa?

Nós, eu e a instrutora do curso naquele dia, concordamos com a aluna.

Explico a razão.

Recorremos à Ciência e ao bom-senso para desmistificar o tema.

Primeiro, é preciso estabelecer a diferença entre infertilidade e a esterilidade.

Fala-se de infertilidade quando um casal não consegue a gravidez desejada ao fim de um ano de vida sexual ativa e contínua, sem estar usando qualquer método contraceptivo. A infertilidade resulta de uma disfunção dos órgãos reprodutores, dos gametas ou do concepto.

A esterilidade, por seu turno, é a impossibilidade que tem o homem ou a mulher de produzir gametas (células sexuais: óvulos para a mulher; espermatozoide para os homens) ou zigotos (ou ovos – células que resultam da fusão entre óvulos e espermatozoides) viáveis.

Daquilo que se depreende dos conceitos acima, podemos dizer que um casal é infértil se tem apenas uma diminuição das chances da gravidez, que podem ser contornadas por medidas médicas, e que é estéril quando a capacidade de gerar filhos é nula.

O autor do livro estudado referia-se, genericamente, aos dois casos e imputava à mulher a incapacidade por não conseguir engravidar.

Mas a ciência mostra que as coisas não são assim.

Estatisticamente, a infertilidade decorre em 30% dos casos da mulher; em 30% dos casos do homem; em 30% dos casos, de ambos; em 10% dos casos não é possível determinar-se a causa.

Tabu e preconceito atribuem, geralmente, à mulher a incapacidade de ter filhos. Mas, como podemos observar, essa incapacidade é a mesma para o homem e para a mulher.

E, do ponto de vista espiritual, cremos que não poderia ser diferente. Emmanuel, no seu fabuloso “Vida e Sexo”, afirma que nós, homens e mulheres, estamos, quase todos, comprometidos na área sexual considerando seu mau uso ao longo das existências.

Natural, portanto, que tanto o homem quanto a mulher possam apresentar certas limitações na área da procriação (incapacidade reprodutiva) em decorrência desses abusos (como por exemplo: traições, abortos, vícios sexuais e etc.).

Mas os abusos na área sexual seriam determinantes para causar infertilidade ou esterilidade no homem e ou na mulher?

Novamente, o bom-senso e a Ciência dizem que não.

Muitas causas de infertilidade ou esterilidade têm origem que podem ser evitadas, dependendo mais do comportamento do casal que, propriamente, de causas orgânicas irreversíveis.

Na mulher, a infertilidade ou esterilidade podem ocorrer:

  • por quaisquer doenças que afetam a vagina;
  • por obesidade, estresse, bulimia, anorexia;
  • intoxicações, como as pelo álcool ou drogas;
  • causas psicológicas.

No homem, a insuficiência quantitativa de espermatozoides e anomalias morfológicas ou distúrbios da motilidade dos espermatozoides, podem ocorrer por conta de:

  • traumas ocorridos nos testículos (acidentes, por exemplo);
  • doenças sexualmente transmissíveis;
  • problemas causados pelo uso de medicamentos;
  • extirpação da próstata.

Os pesquisadores afirmam que, na maioria das vezes, os fatores de infertilidade e esterilidade, sejam masculinos ou femininos, são adquiridos e decorrem de infecções; alterações hormonais; sequelas de cirurgias; traumas; uso abusivo de medicamentos ou drogas.

Como podemos observar, em muitas situações, é o comportamento do homem e da mulher que alteram as condições naturais da fertilidade. E isso está acontecendo nessa existência, independentemente de causas anteriores de outras vidas.

Precisamos estar atentos para não atribuirmos às causas anteriores, todas as ocorrências danosas que nos alcançam, isto é, de vidas passadas. Nem tudo é Lei de Causa e Efeito, pois encontramo-nos inseridos num ambiente hostil, decorrente das condições precárias da vida planetária e sujeito às mais diversas provações como acidentes, doenças e etc.

Fernando Rossit

Referências Bibliográficas:
Consulta ao site http://www.abc.med.br

Fernando Rossit
Fernando Rossit

Funcionário público, residente em São José do Rio Preto, Espírita desde 1978, trabalhador da Associação Espírita Allan Kardec, atuando como Doutrinador, Médium Psicofônico, Orador e Instrutor Cursos da Doutrina Espírita.

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