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Serve e confia

fevereiro 29, 2020

“784. Bastante grande é a perversidade do homem. Não parece que, pelo menos do pon­to de vista moral, ele, em vez de avançar, caminha aos recuos?

“Enganas-te. Observa bem o conjunto e verás que o homem se adianta, pois que me­lhor compreende o que é mal, e vai dia-a-dia reprimindo os abusos. Faz-se mister que o mal chegue ao excesso, para tornar compreen­sível a necessidade do bem e das reformas:

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Alma que sofre, olha a terra encharcada e ferida, coberta de árvores quebradas e banhada pelas águas dos rios transbordantes!

Aqui e ali a destruição e o lamaçal assinalam a passagem terrível da tormenta desenfreada.

Contempla o jardim despedaçado pelo granizo e o vento, deixando flores mortas no chão e raízes acima do solo.

Fita as águas lodosas dos rios cheios conduzindo destroços e morte..

A devastação passou abraçada à ruína e a vida periclita em derredor.

No entanto, no dia seguinte, brilha o sol genero­so. Osculando tudo, indistintamente, leva a toda a parte a bênção da esperança e do refazimento.

Confiante, o homem resolve cooperar com a men­sagem de mais alto. Abre valas, desvia os cursos dágua, revolve a terra, retifica a vegetação destroçada e semeia na gleba úmida.

O tempo se encarrega de devolver a esse homem resoluto a beleza da paisagem, a bênção do grão e o doce aroma das flores espalhado no ar… E o sol compassivo segue adiante.

Vai mais além, alma em sofrimento, e fita a terra ressequida, o chão ferido pelas setas douradas do sol, os rios em pó, nem água nem lama, a vegetação cresta­da e a vida a morrer…

A seca impiedosa tudo destruiu.

Todavia, subitamente, carreadas por ventos bons, nuvens andantes entornam suas ânforas cheias, cobrin­do de umidade e vida a terra torturada.

O homem, animado pelo auxílio inesperado, corre ao chão e o afaga com os instrumentos de amanho, sendo felicitado, depois, com o verde dos campos e o ouro das espigas, contemplando as fontes cantantes a sombra do arvoredo… E o sol compassivo segue adiante.

Enxuga, então, tuas lágrimas de agora.

Se a tormenta hoje te inunda o coração, desfazen­do o jardim dos teus sonhos ou alagando com as lágri­mas da inquietação o teu pomar de fantasias, aguarda o Sol generoso, doador de bênçãos, serve e confia, se­meando a esperança no próprio coração.

Se a ingratidão queimou o frescor da tua alegria e a injustiça secou o teu rio de confiança na vida, serve ainda mais e mais confia nas abençoadas nuvens por­tadoras da abundância da felicidade. Quando che­garem, renovarão teus celeiros com os sadios grãos da serenidade e da paz.

Cala todas as dores para que a cortina líquida do pranto não obnubile a visão azul dos céus que te man­darão o socorro em mensagens de luminoso alento.

Hoje significa o teu momento de semear, sejam quais forem as condições.

Deixa ao futuro aquilo que o presente ainda não pode resolver e, sem desfalecimento, serve e confia, observando que “o homem se adianta, pois que melhor compreende o que é mal, e vai dia a dia reprimindo os abusos”, inspirado, esse homem em crescimento, que te observa a conduta espírita e cristã, nos teus salutares exemplos de fé e serviço.

Livro: Espírito e Vida

Divaldo Franco/Joanna de Ângelis

Divaldo Pereira Franco
Divaldo Pereira Franco

Divaldo Pereira Franco é natural de Feira de Santana, Bahia, Brasil, reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores espíritas da atualidade, fundou, juntamente com seu fiel amigo Nilson de Souza Pereira, o Centro Espírita Caminho da Redenção e a Mansão do Caminho, que atendem a toda a comunidade do bairro de Pau da Lima, em Salvador, beneficiando milhares de doentes e necessitados.

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