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Gente que reclama do que ama

março 30, 2020

Certa vez uma frase me chamou a atenção, dizia mais ou menos o seguinte: “nos atraímos pelas pessoas por suas diferenças, depois passamos a vida tentando fazê-las mudar”.

Realmente, parece ser comum apreciar, simpatizar, apaixonar, amar aqueles que nos complementam por suas diferenças, e, ao percebermos ter conquistado a reciprocidade, passamos a tentar alterar neles certas características, como se fossem problemas. Ou melhor dizendo, amamos as pessoas como são até que sejamos por elas amados, depois passamos a vida criticando-as para que se adaptem ao modo como nós achamos que deveriam ser.

Por quais motivos queremos tanto mudar os outros? Por quais razões gastamos mais tempo discutindo e brigando para mudar alguém do que sendo exemplo do que acreditamos ser o modo correto de agir? Do que mudando a nós mesmos? Isso fica bem claro ao vermos uma situação acontecer e percebermos o óbvio, que quando uma pessoa importante vai embora – muda, desiste da relação ou morre –, é que notamos quanto gostávamos dela exatamente como ela era.

Por vezes esquecemos que a vida pode mexer suas peças num piscar de olhos e de repente tudo alterar. Tantas são as possibilidades que podem nos afastar fisicamente daqueles a quem amamos e então, talvez somente ai, notaremos que daríamos tudo para voltar a conviver com aqueles de quem tanto reclamávamos e sem nada mudar!

As leis naturais foram criadas pela providência divina e nos atraem para a convivência justamente com aqueles que precisamos aceitar como são. Vejam bem, aceitar não significa “deixar pra lá”. O erro continua sendo errado naqueles a quem amamos, a questão é decidir viver criticando quando podemos acolher alguém mesmo percebendo que tem um comportamento negativo ou vício, e a partir da compreensão amorosa e do exemplo constante podemos fazer o possível para ajudar que se modifiquem.

Sem dúvida, não há perfeitos na Terra. Não somos perfeitos. Temos coragem de julgar indiscriminadamente a outrem, mas e a nós mesmos? Para a maioria é mais simples apontar o dedo e responsabilizar terceiros de todos os problemas da vida, mas será sensato fazê-lo? Certamente que não.

Aprendemos que é preciso amar o próximo como a nós mesmos, todavia, sejamos do tipo que ama os estranhos, mas sem torturar afetivamente os próximos mais próximos.

Vania Mugnato de Vasconcelos

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://www.dailyexcelsior.com/family-fight-infront-kids/>. Acesso em: 30MAR2020.

Vania Mugnato de Vasconcelos
Vania Mugnato de Vasconcelos

Advogada, Bacharel em Serviço Social, pós-graduada em Recursos Humanos. Casada, mãe, espírita desde os 12 anos de idade, palestrante em vários centros no interior de São Paulo. Trabalhadora do CE João Batista de Jundiaí – SP, atua na casa como palestrante e Coordenadora do Grupo de Pais. Discípula de Jesus pela Aliança Espírita Evangélica do ABC, é oradora em casas espíritas vinculadas à USE Regional Jundiaí. Também é oradora em seminários realizados pelo Instituto Chico Xavier de Itu, em parceria com outros trabalhadores da seara espírita. Articulista espírita em redes sociais, jornais e blogs, seus textos e poemas estão disponíveis ao público na internet, bem como possui canal de vídeos no Youtube contendo palestras e estudos espíritas.

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