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Ver fotos de pessoas felizes nas redes sociais te alegra ou entristece? 

agosto 17, 2020

 Há algum tempo percebemos, assim como muita gente, os efeitos das mídias sociais em nossas vidas, influenciando comportamentos e até intervindo na melhora ou piora de nosso ânimo. 

Por isto fomos a campo entrevistar algumas pessoas para que pudéssemos colher mais informações acerca da felicidade estampada nas redes sociais e sua influência em nosso ânimo. 

Vale lembrar que a pergunta foi feita a pessoas que estão passando por algum transtorno psíquico. 

As perguntas que fizemos foi a que dá título a este texto, e que foi respondida por 40 pessoas. 

Dessas 40 pessoas, 33 são mulheres e 07 são homens, o que em porcentagem representa 82,5% de mulheres e 17,5% de homens. 

Informo que trabalharemos apenas com porcentagem. Para facilitar a análise fizemos a divisão das respostas em 05 grupos, ei-los abaixo:  

Grupo 1 – 32,5% responderam que ao ver foto de pessoas felizes nas redes sociais ficam mais tristes, pois comparam com suas vidas e, então, concluem que tem uma existência bem desestimulante. 

Grupo 2 – Já 22,5% responderam que não ficam tristes porque sabem que a felicidade das pessoas é irreal. 

Grupo 3 – Também nesta mesma porcentagem, ou seja, 22,5% responderam que são indiferentes, e não colocaram, portanto, em suas respostas a questão que envolve ser uma felicidade irreal a das redes. 

Grupo 4 – Um total de 17,5% dos entrevistados informaram  que ficam felizes ao verem a felicidade alheia, sem, também, assinalar o tópico da felicidade ser irreal. 

Grupo 5 – E 5% forneceram outras respostas. 

 

Análises das respostas: 

Grupo 1 – Percebe-se, neste grupo, uma influência bem negativa das redes sociais no ânimo das pessoas. Neste grupo as respostas apontam para um elemento que é extremamente nocivo no que diz respeito ao ânimo existencial.  

Trata-se da comparação.  

Os componentes deste grupo frequentam as redes sociais, observam os bons momentos dos outros e fazem comparações com suas próprias vidas.  

A comparação é injusta porque é observada apenas a parte feliz e os bons momentos alheios, o que, neste tema da comparação leva a considerar que a própria vida é feita somente de derrotas e fracassos, então, óbvio, há uma piora no ânimo que abre largo espaço para a tristeza e até a falta de sentido existencial, posto que este indivíduo está, neste momento, totalmente contaminado pela ideia materialista. 

Toda comparação é, por si mesma, injusta porque se observa as coisas de degraus completamente diferentes, portanto, qualquer choque entre as realidades comparadas será sempre desigual e produzirá uma ideia completamente falsa do que se passa, semeando tristeza e desesperança. 

Se algo pode ser dito e, claro, sem a intenção de deslegitimar este tipo de dor, tomando-a por bobagem, mas com o intuito de fornecer algum elemento para a reflexão, é a ideia que os Espíritos trazem para Kardec referente à inveja. Afirmam os Espíritos que quem sabe limitar seus desejos e vê sem inveja o que está acima de si poupa-se de muitas decepções desta vida. 

Grupo 2 – As respostas fornecidas por este grupo foram bem curiosas. Afirmaram os 22,5% que responderam a questão proposta que não se incomodam com fotos de pessoas felizes nas redes sociais porque sabem que essas fotos e os momentos vividos e postados nas redes são irreais, falsos e coisas do gênero. 

As respostas fornecidas abrem campo para alguns questionamentos: 

Será que se a felicidade alheia, segundo a concepção dessas pessoas, fosse real isso abalaria os ânimos e traria tristeza? 

A indiferença é proveniente apenas porque os entrevistados consideram ser uma felicidade falsa a que os outros passam ao expor fotos e momentos felizes nas redes sociais? 

Então, caso haja verdade na felicidade alheia isso os abala? E se abala, por qual razão?  

Por que, como no grupo 1, estabelecem comparação, ou por que a felicidade alheia realmente os incomoda? 

As respostas para os questionamentos acima poderão, claro, ter uma pitada de cada coisa.  

A ideia não é fechar questão, mas com profunda sinceridade mergulhar nos questionamentos que foram abertos e tentar respondê-los.  

Claro que cada um trará a sua ou as suas próprias respostas. 

E talvez as respostas tragam algum norte existencial para os que indicaram indiferença em face de uma falsa felicidade alheia. 

Encontrar-se, saber o que sente e por que sente, parece uma boa opção para a melhora na qualidade de vida.  

Mas para encontrar-se é preciso confrontar-se numa verdadeira busca por descobrir em qual degrau da existência que se está. 

Grupo 3 – O grupo 3 curiosamente teve a mesma porcentagem do grupo 2, ou seja, 22,5%.  

Este grupo respondeu que é indiferente à felicidade alheia estampada nas redes sociaiso que me parece ser, realmente, uma indicação de que a resposta fornecida foi sincera. 

Grupo 4 – Já este grupo afirmou que fica feliz com a felicidade das pessoas que postam suas vitórias e bons momentos nas redes sociais.  

Um total de 17,5% das pessoas fizeram esta afirmação e nada mais indicaram que pudesse chamar a atenção. 

Grupo 5 – Apenas 5% das pessoas deram outro tipo de resposta, algumas, aliás, sem qualquer nexo, o que inviabiliza a análise. 

 

Palavras finais: 

A divulgação das ideias que traz o Espiritismo se faz cada vez mais necessária, haja vista serem os fundamentos morais trabalhados por Kardec em parceria com os Espíritos bem adequados para fornecer um sentido mais amplo à existência humana. 

O fato de abordar de maneira muito clara o tema imortalidade da alma é significativo. Compreender a imortalidade da alma é um bom início para a melhora na qualidade do ânimo, pois este conceito mostra que a vida não se resume apenas no “agora” e em fotos “felizes” postadas nas redes sociais. 

A crença de que somos imortais, que há um futuro, mesmo que não saísse do campo retórico ainda seria melhor do que a crença no “nada” e de que a vida se resume nestes poucos anos na Terra. 

Muitos poderão dizer que a crença na imortalidade da alma lança, sempre, a felicidade para depois, posto que nunca dará para desfrutá-la enquanto encarnados, mas apenas numa hipotética vida futura. 

Os Espíritos, porém, trazem outro ensinamento e que se contrapõe a objeção acima. Dizem-nos que um dos elementos que compõe a felicidade do homem na Terra é a fé no futuro. 

E por falar em redes sociais, nunca estivemos tão bem equipados para divulgarmos a imortalidade da alma. 

Que aproveitemos e façamos, então, divulgação da imortalidade do espírito com alegria e sincero desejo de levarmos um pouco mais de alegria para tantas existências que se sentem combalidas pelas lutas internas e externas, próprias de um mundo de prova e expiação. 

 

Wellington Balbo 

Wellington Balbo
Wellington Balbo

Professor universitário, Bacharel em Administração de Empresas e licenciado em Matemática, Escritor e Palestrante Espírita com seis livros publicados: Lições da História Humana; Reflexões sobre o mundo contemporâneo; Espiritismo atual e educador; Memórias do Holocausto (participação especial); Arena de Conflitos (em parceria com Orson Peter Carrara); Quem semeia ventos... (em parceria com Arlindo Rodrigues).

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