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O meu Jesus é melhor que o teu

setembro 2, 2020

A frase do título do presente ensaio é muito repetida por um materialista com o qual convivo, porque ele vê religião como uma fraqueza do ser humano, causadora de atrasos no nosso progresso e a causa de muitas desavenças. O interessante é que ele fala exatamente quando faço observações sobre ações de algumas pessoas de convicção religiosa diferente da minha ou sobre fatos noticiados na mídia relacionados a religiões. Nesses momentos só nos resta calar, pois ele tem toda a razão, é isso que deve parecer mesmo. Realmente devo agradecer por meu companheiro repetir tantas vezes essa frase, assim sou rapidamente lembrada de não julgar ninguém. Ele escolheu Jesus na frase, mas poderia ser Deus, pois a ideia que ele quer comunicar é que continuamos a nos desentender por religião.

Nas conhecidas situações de rivalidade religiosa surgem vários “Jesuses” e “Deuses”.

Enxergando só o mal nos nossos irmãos de diferentes religiões, não estaremos nos separando? Mas porque surgiram tantas religiões se todos provieram de uma só causa primária de todas as coisas? Por isso mesmo a religião não deveria ser um fator de nos religarmos a Deus e aos nossos irmãos?

“A causa, que está acima da humanidade, é o que se chama: Deus, Jeová, Aláh, Brama, Fo-Hé, Grande Espírito, etc., segunda as linhas, os tempos e os lugares.

Aqueles efeitos…  que não podemos produzir nem explicar… não se produzem ao acaso, fortuitamente e sem ordem; desde a organização do mais pequeno inseto, do mais pequeno grão, até à lei que rege os mundos suspensos no espaço, tudo atesta um pensamento, uma combinação, uma providência uma solicitude superiores a toda concepção humana. “(1)

Jesus era absolutamente fiel a Deus, sempre se recolhia para falar com Ele e agia conforme as Suas Leis. Mas a humanidade se separou, cultivando crenças condicionadas a complicações dogmáticas para objetivos obscuros que não o amor fraternal, assim comprometendo a nossa evolução moral.

Os efeitos desta pandemia estão chacoalhando todos os “Jesuses” filhos de nossas imperfeições. Estamos sendo convidados a escolher se queremos “Deus” ou “Mamon”.

Se escolhermos Deus, não existe outro caminho senão Jesus, pois sua proposta é a mais coesa e científica, lógica, alinhada às Leis Eternas, ao AMOR. E esse caminho é de uma via única que deveria ser unanimidade; não há o “meu” ou o “teu” Jesus, como não há o “teu” e o “meu” Deus.

Chegou a hora de aproveitarmos o isolamento da pandemia e perceber o que temos de joio e de trigo dentro de nós mesmos.  Isso é primordial até para percebermos os pensamentos “intrusos”, ou que nos fazem escolher “Mamon” a Deus. Chegou a hora de vigiar e orar para nos sintonizarmos com os Espíritos que nos vinculam ao ÚNICO Jesus, nosso irmão, filho de nosso ÚNICO Deus. Chegou a hora de nos colocarmos no lugar do outro e manifestarmos a ajuda que estamos preparados para dar. Isso sim é cultivar o AMOR e que quanto mais se potencializa mais se expande e que nos une energeticamente àqueles que estão nessa sintonia, beneficiando a todos.

Vários “Jesuses” nos separa e quebra toda a corrente de AMOR.

Estamos na era das lives na internet proporcionando uma propagação extraordinária de ideias, conectando todos no planeta e, assim, os ensinamentos de Jesus, do bem, propagam-se rapidamente também, embora estejamos fisicamente distantes. Os iguais estão se conectando via internet, inclusive negativamente, por isso o cuidado deve ser redobrado.

As lições faladas pelos propagadores do bem, vinda da única Fonte Criadora, se repetirão o quanto for necessário até que a humanidade desperte e ela mesma propague o bem no seu cotidiano. Seria a real regeneração. O prisioneiro está na cela para refletir sobre todo o mal que fez. Se ele compreende a extensão desse mal praticado, se se arrepende e se dispõe a melhorar, então estará regenerando-se.  E o caminho é um só para a sua regeneração, o outro é para permanecer igual ou piorar, depende das nossas escolhas.

Crer no único Jesus significa crer que o mais importante é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, isso é o que mais importa.

Maria Lúcia Garbini Gonçalves

Referência:
(1) KARDEC , Allan. Obras Póstumas. Capítulo Profissão de fé Espírita Racional, I- Deus.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://www.imagenswiki.com/imagens/por-sol-praia-2-jpg>. Acesso em: 02SET2020.

Maria Lúcia Garbini Gonçalves
Maria Lúcia Garbini Gonçalves

Tradutora, mora em Porto Alegre/RS, estudante da Doutrina Espírita, trabalha no Grupo Espírita Francisco Xavier como médium.

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