
Obreiros do bem
As práticas sociais nas quais estamos inseridos trazem-nos reflexões importantes quanto a Lei do Progresso. A pessoa que busca desenvolver linhas de pensamento mais independentes e com capacidade de analisar de forma crítica a realidade social com objetivo na própria educação espiritual proporcionará uma transformação em seu Espírito que gerará o auxílio (pela Lei do Trabalho) para a transformação da sociedade de que participa. Os desafios da sociedade atual são muitos e a evidência da injustiça social e das relações de opressão e exploração entre os homens tem sua gênese na Lei de Causa e Efeito.
Algumas indagações surgem levando nossa consciência a uma reflexão profunda sobre o significado de nossa existência nesse corpo físico, como sobre nossa família, nossa profissão, enfim, sobre o meio e as formas em que vivemos. O que será de nossa sociedade com as sementes que temos plantado? Como está ocorrendo a semeadura do porvir?
A sociedade atual está ainda a gestar os ensinamentos evangélicos do Cristo. Por quê? Porque falta amor nas relações sociais, bem como há a carência de respeito ao outro. Assim, impera o interesse material e as tendências que mantêm o homem distante de Deus. O homem caminha para descobrir sua luz interna, mas ainda envolto por penumbras que circunscrevem sua consciência mantendo-o afastadodo Pai Celestial. Importante ressaltar que quando acessamos a luz interior conseguimos anular a escuridão da consciência e curar, pela aprendizagem das múltiplas existências, nosso Espírito ainda a caminho da luz.
Muitos já são obreiros de Cristo, muitos tentam alcançar, passo a passo, a perfeição relativa; entretanto, não se atinge níveis evolutivos superiores contraindo novas dívidas.
Mesmo com todas as vicissitudes da vida a certeza que temos é que existem obreiros do bem infinitamente abnegados, que nos auxiliam a subir as escadas evolutivas. Sabemos da existência das sombras na caminhada e que elas nos fazem cegos perante as verdades Divinas. Contudo, sejamos honestos, fora o orgulho e o egoísmo que nos conduziu até o presente momento. É com eles que nossas existências perpassaram e sua depuração depende do despertar tendo o sofrimento como fator importante para a aprendizagem. Os reflexos das tendências e das vitórias morais constroem, então, nossa história espiritual.
A luz trazida pelos ensinamentos de Jesus conduz os cegos da benevolência à busca constante, mesmo que por momentos se faça inerte, da evolução espiritual. Essa luz conduz o trajeto evolutivo no trabalho da edificação com alicerces profícuos no amor e na caridade. Com isso, a presente encarnação é apenas uma peça que devemos encaixar nessa engrenagem que construímos durante as existências pretéritas. Deus com todo seu amor, é o responsável por nos proporcionar momentos alegres, lembranças, perdas, ganhos, avanços, estagnação… Enfim, aprendizagem constante, mesmo quando o sofrimento está presente.
O Evangelho aprendido é aquele que vivenciamos sem ao menos perceber. As Leis Divinas estão escritas em nossa consciência e projeta-se por nossas ações e escolhas.
Por isso, quando as Leis Divinas, trazidas pelas diversas passagens evangélicas é inscrita em nossa essência e aprendida ela se multiplica no coração dos irmãos que tanto buscam respostas sobre o sentido da vida.
Como a caridade nos aproxima da perfeição relativa (relativa a cada um) ela deve ser aquela que não mensuramos. É aquela que vem do coração, aquela que faz parte das nossas ações, como faz parte do nosso Espírito. Ela é de todo amor, sentir e de toda alma.
O Espiritismo orienta a busca de compreensão e aplicação da inteligência no auxílio do avanço moral. Isso, então, configura-se em se despir do materialismo e olhar com os olhos do Espírito num trabalho incessante que tem a caridade e o amor como guia frutificando pelas mãos daqueles que Jesus toca ao coração.
Por fim, Jesus necessita de obreiros encarnados para construção dessa doutrina que tanto nos consola para que nas práticas sociais vigentes germinem o amor, a fé, a esperança, enfim, a caridade.
Lívia Leme
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