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Dividir para conquistar

julho 10, 2021

Quanto mais tempo para percebermos que a divisão facilita o que há de mais negativo sob qualquer perspectiva?

Já diziam antigos exércitos “Dividir para conquistar”, e o que vinha depois da conquista? Paz? Não. Mais violência, espólios, mulheres e crianças violentadas, aniquilação, manipulação, subjugação total, escravidão.

O “dividir para conquistar” serve para tudo e é o total oposto de qualquer princípio cristão, solidário, fraternal ou cidadão. É o típico pensamento de quem evoluiu, incrivelmente, no intelecto e muito pouco ou nada no aspecto moral.

Esse conceito foi aplicado, com sucesso, no tabuleiro geopolítico ao longo dos anos. Sucesso para lá de relativo porque, tempos depois, via-se claramente o desastre do arranjo necessário. Desde sempre e, até hoje, temos Estados muito mal-formados, verdadeiros remendos, decididos em salas de reuniões, desconsiderando variáveis como cultura, religião, tribos, povos, línguas, rivalidades locais, fatores econômicos, entre outros.

Para tentar resolver isso tudo se criam estruturas internacionais diplomáticas, ONU, UNESCO, OMS, OTAN, BRICS, G8, G20, FMI, Banco Mundial, etc, etc… muito esforço, muita burocracia, pouquíssimo resultado, tudo consequência das divisões para conquistar. São guerras civis de crueldade absurda, em toda parte, talvez o maior exemplo seja o continente africano no último século. Território incrível, solo rico, flora e fauna fenomenais e povos inimigos dentro da mesma fronteira se matando atendendo a interesses econômicos, via de regra, daqueles mesmos que promoveram a partilha territorial.

Pois bem. Pegue esse conceito e aplique à política partidária brasileira. Assunto delicado, eu sei, mas porque envolve paixão e intelecto, não moral e o resultado é o mesmo das situações acima.

Sob vários aspectos, neste exato instante, a administração da crise pandêmica no Brasil é a pior do mundo. Raciocínio lógico e direto, tanto quanto superficial, é culpar todos os dirigentes, do central aos locais. Mas eu que, na primeira eleição direta para presidência da República, pós-ditadura, comprou e usou roupa nova para ir às urnas, julgando-me a pessoa mais importante do mundo naquele momento afirmo, modestamente, que a culpa de agora é de todos nós que, ao longo de mais de 30 anos, passiva ou ativamente, estimulamos a divisão.

Levantamos um muro ao invés de construir pontes de comunicação com quem pensa diferente de nós. Culpa de quem sempre acha que está certo e, logo, o outro está errado e ponto final e, em meio ao que acontece agora aqui, na base social, ficamos como baratas tontas, cada um agindo por si, seja por necessidade ou opinião, respeito os dois.

Para quem segue uma Doutrina tão lindamente racional esta posição é ainda mais contraditória já que, sei também, que ninguém, nenhuma alminha está passando por algo que esteja fora dos desígnios das Leis Universais, lindas e perfeitas criadas pelo Único.

Cabe-nos agora, respeitarmos a todos, indistintamente, orarmos para que se criem as melhores condições possíveis para o auxílio do alto, e quem sabe, conseguirmos, ao fim de tudo, entender que se não nos dividirmos não seremos mais vítimas de nós mesmos.

André Tarifa

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://www.mensagensincriveis.com/frases-espiritas/>. Acesso em: 09JUL2021.

André Luis R. Tarifa
André Luis R. Tarifa

Trabalhador espírita desde os 12 anos de idade, eterno aprendiz, tenho um canal no Youtube onde compartilho meu aprendizado e as belezas da poesia. Atualmente desenvolvo os meus trabalhos no Centro Espírita Mansão da Esperança em São Paulo, SP.

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