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A natureza de Deus

outubro 9, 2021

Não se pretende desenvolver o tema do presente estudo de maneira nova ou inédita, trazendo conceitos diferentes daqueles que fazem parte dos livros da codificação espírita, ou mesmo do que consta no que conhecemos como Bíblia.

O objetivo é fazer com que reflitamos acerca da natureza e atributos da Divindade, buscando entender a grandeza de Deus, e a maneira como as criaturas entram em contato com o Senhor da Vida.

Logo na primeira pergunta de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec inteligentemente questiona os benfeitores espirituais acerca do que é Deus. “Inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”, eis a curta resposta. Simples e profunda ao mesmo tempo…

Já na questão 13 de OLE, o codificador traz algumas das características de Deus que não foram contraditas pelo Espírito de Verdade, sendo, de certa forma, confirmadas na resposta:

“13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, não temos uma ideia completa dos seus atributos?

– Do vosso ponto de vista, sim, porque credes tudo abraçar. Mas sabei bem que há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente, e para as quais vossa linguagem limitada às vossas ideias e às vossas sensações, não tem expressões. A razão vos diz, com efeito, que Deus deve ter essas perfeições no supremo grau, porque se delas tivesse uma só de menos ou que não fosse de um grau infinito, ele não seria superior a tudo, e por conseguinte não seria Deus. Por estar acima de todas as coisas, Deus não deve suportar nenhuma vicissitude e não ter nenhuma das imperfeições que a imaginação pode conceber.”.

No entanto, é no capítulo II de A Gênese que o mestre de Lyon desenvolve mais profundamente a apreciação da natureza Divina:

Deus é a suprema e soberana inteligência. Se assim não fosse, poderíamos conceber outro ser mais inteligente e, portanto, Deus não seria a causa primeira de tudo;

Deus é eterno, isto é, não teve começo e não terá fim. Se lhe supuséssemos um começo ou um fim, seria possível conceber uma entidade existente antes dEle e capaz de Lhe sobreviver;

Deus é imutável. Caso estivesse sujeito a mudanças, humores etc., as leis que regem o universo não teriam estabilidade;

Deus é imaterial, ou seja, a sua natureza difere de tudo o que se chama matéria, carecendo de forma apreciável pelos nossos sentidos. De outro modo, não seria imutável, estando sujeito às transformações da matéria;

Deus é onipotente. Caso não tivesse o poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa. Essa, então, é que seria Deus;

Deus é soberanamente justo e bom. E a soberana bondade implica a imperante justiça, “porquanto, se Ele procedesse injustamente ou com parcialidade numa só circunstância que fosse, ou com relação a uma só de suas criaturas, já não seria soberanamente justo e, em consequência, já não seria soberanamente bom”;

Deus é único. Essa unicidade é consequência do fato de serem infinitas as suas perfeições, não sendo possível outro Deus, “salvo sob a condição de ser igualmente infinito em todas as coisas, visto que, se houvesse entre eles a mais ligeira diferença, um seria inferior ao outro e, então, não seria Deus”.

No que se refere ao modo como as criaturas entram em contato com o Ser Supremo, temos que “o amor puro é o reflexo do Criador em todas as criaturas”, como Emmanuel condensa no livro Pensamento e Vida (capítulo 30 – Amor).

Dando prosseguimento à lição, o orientador espiritual ensina que “plasma divino com que Deus envolve tudo o que é criado, o amor é o hálito dEle mesmo, penetrando o Universo… Mercê de semelhante bênção, cada ser é acalentado no degrau da vida em que se encontra.”.

Em sendo assim, e como toda a natureza e criação estão terminantemente mergulhadas no fluido divino, que a tudo forma, preenche e penetra, estamos permanentemente em contato com o Senhor da Vida, submetidos à sua ação inteligente, à sua previdência, à sua solicitude.

Renato Confolonieri

Nota do editor:

Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <http://chicodeminasxavier.com.br/segundo-o-espiritismo-o-homem-pode-compreender-deus/>. Acesso em: 10OUT21.

Renato Confolonieri
Renato Confolonieri

Atuante no Espiritismo há 20 anos, participou por três anos e meio da entrega de sopa no Grupo Fraterno de Assistência Nossa Casa em São Paulo, articulista no periódico Ação Espírita e Membro de Reuniões Mediúnicas no Grupo Espírita Jesus de Nazaré, ambos de Marília, interior de SP.

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