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Devemos comemorar o dia dos mortos?

novembro 1, 2021

Assim como o dia das mães, dos pais, das crianças, do médico, do advogado, etc., comemorar o dia dos mortos é apenas mais uma convenção humana. Aliás, é de se perguntar se as mães, os pais e as crianças devem ser homenageados apenas um dia, esquecendo-se deles no restante do ano, como se costuma ver por aí.

Os nossos mortos queridos podem e devem ser lembrados e homenageados a qualquer momento. Não pela sua memória, ou seja, pelo que foram e representam quando encarnados, mas pelo que continuam sendo até hoje, como Espíritos imortais. Não é porque o Espírito retorna à Espiritualidade que ele perde os vínculos de amor com os que aqui ficaram. Pelo contrário, se realmente verdadeiros, esses laços mais se acentuam.

E os Espíritos não vivem num mundo inacessível ao nosso. Estamos em contínuo relacionamento, embora eles sejam comumente invisíveis aos nossos olhos, porque seus corpos são fluídicos. No entanto, é possível contatá-los através do pensamento e das vibrações. Às vezes, quando de repente bate aquela saudade imensa do parente desencarnado, quando nos recordamos da convivência amiga e dos momentos felizes que passamos juntos, em emoção que nos levam às lagrimas, é porque essa alma ali está presente ao nosso lado.

Nossos pensamentos são ondas especiais que não encontram barreiras. Quando oramos pelos chamados mortos ou pensamos neles com carinho e amor, nossas vibrações os atingem em forma de bálsamos renovadores da esperança e da alegria de viver. Pelo contrário, se lhes dirigimos pensamentos de revolta, de crítica, são como apunhaladas profundas, entristecendo-os e dificultando a vida pacífica que tanto almejam. Por isso que, ante a desencarnação, é preciso manter muita serenidade e resignação, para que nosso equilíbrio também contribua para o bem-estar do recém-chegado no Além, auxiliando-o a recuperar-se rapidamente da perturbação natural decorrente do fenômeno morte.

Para homenagearmos os nossos mortos queridos não precisamos aguardar um dia especial. Em sentido vontade, podemos fazer uma prece em favor deles, desejando-lhes a paz, a alegria; conversar com eles mentalmente, falando do nosso amor, da nossa saudade e da esperança de nos reunirmos no futuro. Dispensável o uso de velas, de alimentos, porquanto são coisas totalmente sem utilidade para os Espíritos conscientes. Mas certamente eles ficarão felizes com algumas flores bonitas e perfumadas que coloquemos em nossa casa, em sua lembrança.

E também não há necessidade de estabelecermos um lugar para que isso aconteça, mas de preferência que seja agradável e bonito. Como diz Richard Simonetti, conhecido escritor espírita, ninguém se lembraria de marcar um encontro com a pessoa amada num cemitério, junto a lápides de mármores sem maior atrativo. É que ali está simplesmente a carcaça destruída, a vestimenta rota, o corpo de carne em decomposição que serviu ao Espírito de instrumento quando de sua passagem na Terra.

O Espírito mesmo, o ser indestrutível, esse permanece vivo, caminhando em busca do progresso e da felicidade, num mundo muito mais organizado, aguardando o momento em que nos recepcionará quando do nosso decesso.

Donizete Pinheiro

Nota do editor: Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <www.pexels.com/pt-br/foto/asfalto-rua-floracao-florescencia-6841294/>. Acesso em: 01NOV2021.

Donizete Aparecido Pinheiro da Silveira
Donizete Aparecido Pinheiro da Silveira

Escritor, editor do periódico Ação Espírita, diretor de doutrina do Grupo Espírita Jesus de Nazaré, em Marília, SP.

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