O que Herodes quer saber?

Jane Maiolo
08/09/2024
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“E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus?
Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.
Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém;
então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo,
indagava deles onde o Cristo deveria nascer.”
(1)

 

Durante mais de dois mil anos a comunidade cristã comenta o nascimento de Jesus, o Cristo. Encarado por uns como episódio místico, por ​outros como fato alegórico, por ​muitos como uma lenda, por ​uma grande parcela como o maior acontecimento de toda a História da Terra. Muitos estudiosos dedicam parte das suas existências tentando encontrar provas científicas que atestem uma possível fraude histórica a respeito do nascimento do Cristo.

Porém, a Humanidade prossegue altiva, mergulhada nas pesquisas científicas, históricas, geográficas, arqueológicas sem se dar conta da grandiosa transformação real e marcante que a presença física e espiritual d’Ele causou e ​ainda ​causa entre nós.

Onde haveria de nascer o Cristo? Quer saber Herodes. A dúvida, nimbada de medo, era talvez sustentada pela insegurança e neurose de um soberano que temia a perda do trono para um legítimo descendente real.

A palavra Jesus provém do termo “Yeshua”, forma alternativa de Yehoshua, significando “salvar” e é considerada, ainda, uma forma reduzida, pós-exílio babilônico, do nome de Josué que significa “Deus’ (YHWH) salva”, lembrando que há o termo grego Iesous correspondente ao Yeshua hebraico. Já o termo grego “Cristo” é correspondente a “ungido” em hebraico, assim sendo, aplicada a Jesus ganha o sentido de o Esperado ou o Enviado de Deus.

Onde haveria de nascer o Cristo? Quer saber Herodes. Onde esperar a Salvação?

O nascimento de Jesus estabelecera uma nova era, constituíra novas perspectivas, magnas esperanças, intensas alegrias. Com Ele esperançosos recomeços, auspiciosas possibilidades, sublimes amanheceres.

Mais onde haveria de nascer o Cristo?

“…Porque não havia lugar para Eles na hospedaria.” (2)

Nossos hotéis, hospedagens, estalagens, hospedarias e pensões estão lotados. Não há lugar para Ele nascer! Mergulhados nos problemas do ser, do destino e da dor esquecemos de vislumbrar a possibilidade do nascimento do Cristo em nós. Estamos cheios demais.

Para ser a nossa Salvação Ele tem que ser incorporado por nós. Haveremos de hospedá-Lo no coração, um dia talvez. Porém, não importa qual será a pousada, se uma choupana, se um palácio, ou se uma simples manjedoura. O que vale é abrigá-lo. Imperioso refletir que esses locais são estados vibratórios da alma e não espaços físicos.

A Doutrina Espírita, no seu tríplice aspecto: Ciência, Filosofia e Religião nos ensina a compreender o verdadeiro sentido do nascimento de Jesus, pois com a Ciência Espírita dilatamos nossos sentidos, com a Filosofia Espírita aprendemos a dialogar e a aprofundar nosso raciocínio e com a espiritualidade oferecida pelo seu conteúdo moral verticalizamos nossos sentimentos e compreendemos a preciosidade da fé raciocinada, meditada, sentida e vivida.

Onde haveria de nascer o Cristo? Quer saber Herodes.

Negamos o nascimento do Cristo quando somos indiferentes à dor do próximo, quando paralisamos nossas ações no bem, quando mutilamos nossos gestos de fraternidade ou quando amputamos nossas realizações solidárias. Quando nos fechamos aos sentimentos renovadores.

Negar o nascimento do Cristo é negar o nosso retorno à casa do Pai, em melhores condições espirituais. Ou talvez nos condenar a continuar procurando um lugar no mundo que não nos cabe.

“E Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação”. (3)

Possamos todos viver e no futuro que nos aguarda, dizer tal qual o velho Simeão: não passamos pela morte, simplesmente, mas nossos sentidos experimentaram o nascimento do excelso Senhor em nós.

Jane Maiolo

Referências:
(1) Mateus 2:1-4;
(2) Lucas 2:7; e
(3) Lucas 2:27-30.

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