Práticas estranhas,espiritismo,Casa Espírita

264 visualizações

Práticas estranhas no Centro Espírita

setembro 19, 2024

Um dos objetivos do Consolador enviado por Jesus é o resgate do cristianismo primitivo na sua essência, sem as deturpações e práticas estranhas que decorreram da sua institucionalização religiosa pelos romanos.

Para tanto, Kardec e os Espíritos superiores nos apresentaram o pentateuco espírita que é a base da codificação e que contém os princípios do espiritismo que devem nortear o adepto ao espiritismo na sua vivência diária.

O codificador enfatizou que um dos maiores obstáculos capaz de retardar a propagação da doutrina espírita seria a falta de unidade (Obras Póstumas/cap.36 /Projeto 1868) e reforça que se a doutrina do Cristo deu lugar a tantas controvérsias, se ainda agora tão mal compreendida se acha e tão diversamente praticada, é isso devido a que o Cristo se limitou a um ensinamento oral e a que seus próprios apóstolos transmitiram princípios gerais, que cada um interpretou de acordo com suas ideias e interesses. Mais à frente vai ressaltar que somente o Espiritismo bem entendido e bem compreendido pode remediar esse estado de coisas e tornar-se, conforme disseram os Espíritos, a grande alavanca da transformação da humanidade e sugere como deveria ser organizada a estrutura das reuniões espíritas que hoje chamamos de centro espírita.

No entanto, parece que não aprendemos com a história do cristianismo e apesar das orientações de Kardec, atualmente temos observado deturpações relacionadas às atividades no centro espírita, com implantação de práticas esdrúxulas e que podem ser obstáculos à unidade dita por Kardec.

Essa unidade destacada por Kardec pode ser entendida como coesão ou coerência doutrinária, ou seja, os adeptos do espiritismo devem expressar em suas ações os princípios e valores da doutrina espírita elaborada por Allan Kardec.

Todavia, Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo no capítulo Sede Perfeitos, orienta que muitos espíritas não compreendem o alcance moral do espiritismo ou se compreendem, não o praticam por conta do grau de maturidade ou senso moral, que independe do grau de instrução e é inerente ao desenvolvimento, num sentido especial, do espírito encarnado.

Nesse sentido, teremos implicações na dinâmica de funcionamento das atividades do centro espírita, levando-se em conta essa perspectiva da coerência doutrinária. O dirigente espírita precisa ter grandes responsabilidades e deveres na orientação e esclarecimento dos frequentadores e trabalhadores da instituição espírita, devendo ser condizente com os princípios apresentados pelo Espírito de Verdade.

A Prática espírita pressupõe coerência com a teoria espírita, portanto qualquer atividade que seja contraditória ao corpo teórico-doutrinário será considerada uma prática estranha, alguns exemplos : comunicações supostamente “mediúnicas” de animais, rituais, uso de imagens para adoração, luzes coloridas para aplicação de passes, obrigar as pessoas a tomarem passe, casamentos, batismos, práticas terapêuticas utilizadas em outras áreas e que podem ser eficazes, mas que não são consideradas espíritas e portanto não devem ser realizadas dentro do centro espírita, entre outros.

Como evitar essas deturpações ou infiltrações nas casas espíritas? O caminho é o estudo constante da doutrina espírita que está baseada na fé raciocinada, primando pelo desenvolvimento do senso moral, sobretudo aqueles que estão na direção das casas espíritas.  Estes devem supervisionar e cuidar de todas as atividades desde o conteúdo da biblioteca até a estrutura pedagógica oferecida em palestras ou cursos. A diretoria da instituição não deve autorizar sincretismos ou qualquer atividade incoerente com o espiritismo, promovendo esclarecimentos e convidando os frequentadores e trabalhadores ao aprendizado constante.

Por fim, queridos amigos de ideal, atenção à orientação de Jesus sobre vigilância e oração, para que as enxertias de opiniões pessoais sem embasamento doutrinário, teses absurdas ou misticismos, invadam o campo fértil da codificação prejudicando a colheita da transformação moral e da libertação espiritual.

Karina Kasemodel A. Rafaelli

Karina Kasemodel A. Rafaelli
Karina Kasemodel A. Rafaelli

Médica radiologista e ultrassonografista, trabalhadora do NEAP - Núcleo Espírita Amor e Paz de Marília - SP, com as seguintes atividades: Uma das coordenadoras do grupo de pais da escola de evangelização infantojuvenil; expositora do curso de Espiritismo - módulos O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns; coordenadora do estudo aprofundado do Evangelho; dirigente de reunião mediúnica; uma das coordenadoras do Grupo de Apoio a Reforma Íntima e Atendimento Fraterno. Coordenadora do Departamento de Doutrina da USE Intermunicipal de Marília, colaboradora do jornal Ação Espírita e Expositora espírita

Deixe aqui seu comentário:

Divulgue o cartaz do seu evento espírita.

Clique aqui
Abrir bate-papo
Precisa de ajuda?
Olá! Como podemos ajudá-lo(a)?