escala espírita

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Escala Espírita e Dever

maio 4, 2014

antonio_carlos_navarroPrefaciando o livro Libertação, de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, o benfeitor Emmanuel nos traz à memória a antiga lenda do peixinho vermelho.

Trata-se da estória de um peixinho que muito se diferenciava dos habitantes de um grande lago, que viviam tão somente para a alimentação e descanso, não permitindo ao personagem central nenhuma regalia, o que o tornou ativo e investigador de novas possibilidades. Um dia encontrou a grade por onde escoava pequeno filete da água que renovava a lagoa, e dividido entre a esperança e a curiosidade, resolveu ultrapassar a grade, perdendo várias escamas.

Um mundo novo se descortina, com muitas experiências de vida, até que atinge o mar, com todas as suas belezas e riscos, proporcionando enorme abertura em sua consciência acerca da vida. Depois de algum tempo, sente-se no dever de voltar e dividir com os velhos companheiros a realidade da vida além da lagoa. Empreende a viagem de retorno, e ao atingir a antiga morada, cheio de boa vontade busca despertar o interesse nos seus irmãos, que o ignoram, satirizam-no, acusando-o de louco. Sem conseguir convencer ninguém retorna ao mar, e  passado algum tempo chega-lhe a notícia de que imensa seca consumiu a grande lagoa, matando todos os seus habitantes.

Emmanuel faz uma comparação com o trabalho de André Luiz no seu esforço para nos esclarecer sobre o que há além da fida física.

Logo no primeiro capítulo do referido livro, o ministro Flácus elucida: “Os superiores que se disponham a trabalhar em benefício dos inferiores, em ação persistente e substancial, não lhes podem utilizar as armas, sob pena de se precipitarem no baixo nível deles. A severidade pertencerá ao que instrui, mas o amor é o companheiro daquele que serve”.

E nós outros podemos então questionar: Por que os superiores socorrem os inferiores? Porque é dever natural. Senão vejamos.

Em o Livro dos Espíritos, encontramos as questões “O homem traz em si o impulso de progredir ou o progresso é apenas fruto de um ensinamento? – O homem se desenvolve naturalmente, mas nem todos progridem ao mesmo tempo e do mesmo modo; é assim que os mais avançados ajudam pelo contato social o progresso dos outros” (Questão 779), “A vida social é uma obrigação natural? – Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus deu-lhe a palavra e todas as demais faculdades necessárias ao relacionamento” (Questão 766),O isolamento absoluto é contrário à lei natural? – Sim, uma vez que os homens procuram por instinto a sociedade, afim de que todos possam concorrer para o progresso ao se ajudarem mutuamente” (Questão 767), “O homem, ao procurar viver em sociedade, apenas obedece a um sentimento pessoal, ou há um objetivo providencial mais geral? – O homem deve progredir, mas não pode fazer isso sozinho porque não dispõe de todas as faculdades; eis por que precisa se relacionar com outros homens. No isolamento, se embrutece e se enfraquece” (Questão 768).

A respeito das diferenças de posição dos espíritos, Allan Kardec, orientado pelos espíritos superiores, nos apresentou a escala espírita (itens 100 a 113), que sem ser estanque em suas classificações, mostra-nos a diversidade no que tange ao desenvolvimento moral dos espíritos.

Com relação ao mundo corporal, além das condições físicas de cada pessoa, encontramos as classes sociais, que são inseridas no planejamento reencarnatório do espírito, e a Doutrina Espírita também nos esclarece a respeito: “A desigualdade das condições sociais é uma lei da natureza? – Não. É obra do homem e não de Deus” (Questão 806); “Essa desigualdade desaparecerá um dia? – Apenas as Leis de Deus são eternas. Vós não vedes essa desigualdade se apagar pouco a pouco todos os dias? Desaparecerá juntamente com o predomínio do orgulho e do egoísmo, restando apenas a diferença do merecimento. Chegará o dia em que os membros da grande família dos filhos de Deus não se olharão como de sangue mais ou menos puro, porque apenas o Espírito é mais ou menos puro, e isso não depende da posição social (Questão 806a).

Por si só estas questões deveriam ser suficientes para entendermos que é obrigação natural o socorro aos que se encontram em situação inferior a nossa, mas nunca será demais nos lembrarmos da recomendação de São Vicente de Paulo, ainda em O Livro dos Espíritos: “…Nunca vos esqueçais de que o Espírito, seja qual for seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnado ou no mundo espiritual, está sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior diante do qual tem esses mesmos deveres a cumprir…” (Questão 888a).

Pois bem, para convencimento dos espíritos vinculados ao planeta Terra, de que é necessário buscarmos os que estão em nossa retaguarda, Jesus, o próprio Governador Espiritual do Orbe, Guia e Modelo da humanidade, deu o exemplo, socorrendo e orientando, amparando e incentivando, e suas palavras libertadoras sempre se farão presentes em nossas vidas: “amai-vos uns aos outros…; faça para o teu próximo…; apascenta minhas ovelhas…; grande é a seara…; a cada um será dado segundo suas obras…; foi a mim que o fizestes”.

Pensemos nisso.

Antonio Carlos Navarro

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Antônio Carlos Navarro
Antônio Carlos Navarro

Estudioso e palestrante espírita. Trabalhador do Centro Espírita Francisco Cândido Xavier em São José do Rio Preto - SP

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