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Calcanhar de Aquiles

outubro 24, 2018

Segundo a mitologia grega, quando nasceu seu filho Aquiles, Tétis, esposa de Peleu, rei de Ftia, na Tessália, pretendeu que seria imortal.

Para tanto passou-lhe ambrósia no corpo e o mergulhou no rio Estige, cujas águas deveriam torná-lo invulnerável.

Mas houve um descuido.

Ao fazê-lo, segurou-o por um calcanhar, a única parte de seu corpo não que não recebeu o banho mágico.

Foi sua perdição.

Na Guerra de Tróia, Aquiles foi morto por Páris, que lhe desfechou uma flecha envenenada, atingindo-o no pé desprotegido.

Daí a expressão “calcanhar de Aquiles” –  o ponto fraco, a parte vulnerável, num mecanismo, numa estrutura, numa pessoa…

  • O calcanhar de Aquiles do Titanic, que provocou seu naufrágio, foi o casco frágil, fruto da ganância dos produtores, que forneceram chapas de aço inferior para a construção.
  • O calcanhar de Aquiles do Zepelim, dirigível de imensa estrutura que se elevava aos ares, era o hidrogênio altamente inflamável que lhe servia de sustentação, causando trágicos e monumentais incêndios.
  • O calcanhar de Aquiles da educação no Brasil é a crônica falta de recursos.
  • O calcanhar de Aquiles de Garrincha (1933-1983), o endiabrado bicampeão mundial de futebol, era o alcoolismo, que precipitou sua morte prematura.
  • O calcanhar de Aquiles de Judas Iscariotes foi a ambição, que comprometeu irremediavelmente sua tarefa como discípulo de Jesus.

​* * *

A reencarnação é como um mergulho nos turbilhões da matéria.

Revestimo-nos de uma “armadura carnal” que nos oferece relativa proteção diante das investidas de inimigos e malfeitores do Além.

Não fosse assim e estaríamos inteiramente à sua mercê, como desprevenidos viajores em terra de assaltantes.

​Não obstante, temos o nosso “calcanhar de Aquiles”.

​Para situá-lo, lembremos um balão.

​Inflado indefinidamente terá um limite de expansão. Tenderá a romper-se onde for mais fina e frágil a borracha de que é feito.

Algo assim ocorre quando sofremos influências espirituais inferiores, gerando tensões e angústias que repercutem em nossos pontos vulneráveis, com consequências imediatas:

  • O portador de um fígado frágil: crise hepática.
  • O hipertenso: elevação da pressão arterial.
  • O cardíaco: angina.
  • O epiléptico: convulsão.
  • O artrítico: dor aguda.

Considere-se, entretanto, que a verdadeira vulnerabilidade, nosso “calcanhar de Aquiles”, situa-se na sintonia mental desajustada, a partir dos pensamentos e sentimentos que cultivamos em determinadas circunstâncias.

É ela que abre as portas de nossa alma, facultando a pressão das sombras.

Os desajustes que surgem a partir daí, físicos e psíquicos, situam-se por mero efeito.

​* * *

Ante os adversários da Terra, Aquiles esqueceu-se de proteger o calcanhar.

Ante os adversários do Além é preciso proteger a “cabeça”.

​Não é difícil.

Basta disciplinar a mente, observando feliz recomendação do apóstolo Paulo (Filipenses, 4:8):

Quanto ao mais, irmãos, 

tudo o que é verdadeiro, 

tudo o que é honesto, 

tudo o que é justo, 

tudo o que é puro, 

tudo o que é amável, 

tudo o que granjeia bom nome, 

tudo o que é virtuoso,

tudo o que é digno de louvor,

    seja o objeto de vossos pensamentos.

Richard Simonetti 

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <http://bereianos.blogspot.com/2012/12/o-calcanhar-de-aquiles-do-liberalismo.html?m=1>. Acesso em: 24OUT2018.

Richard Simonetti IN MEMORIAM
Richard Simonetti IN MEMORIAM

Richard Simonetti é de Bauru, Estado de São Paulo. Nasceu em 10 de outubro de 1935 e Desencarnou em 03 de Outubro de 2018. De família espírita, participou do movimento desde os verdes anos, integrado no Centro Espírita Amor e Caridade, onde desenvolveu largo trabalho no campo doutrinário e filantrópico. Orador e Escritor espírita, teve mais de cinquenta obras publicadas.

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