Espírita na política

Vania Mugnato de Vasconcelos
10/03/2020
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Uma das mais fortes qualidades do Espiritismo, filosofia profundamente moral que esclarece a origem, o destino e os objetivos do ser humano na existência terrestre, é ser aplicável a todos os campos de atividades.

Assim, seria de estranhar que os espíritas, sendo focados no desenvolvimento de valores morais e sua aplicação nas atividades e relações cotidianas, não pudessem atuar na vida política como se ela, por si só, fosse negativa ou desnecessária. Sabemos que assim não é.

Vivemos em sociedade e relações políticas acontecem o tempo todo, ainda que para o leigo o termo “política” seja quase exclusivamente utilizado para questões do Estado e dos políticos que lhes são gestores.

É nesse sentido, de gestão, que falamos hoje. Temos, é verdade, um grave problema de administração pública. Contudo, além de haver necessidade absoluta de gerenciamento da máquina estatal para que seja produtiva e apta para atender aos cidadãos, nem todos são maus gestores e/ou desonestos, havendo muitos indivíduos que administram bem e honestamente o Estado nos setores de sua responsabilidade, sejam eles eleitos ou concursados. De outro modo o país já teria afundado!

Generalizar não produz nada de bom. Ao se pensar que a vocação política (de candidatura e administração do Estado) seja reflexo de um caráter aproveitador, desonesto, mal-intencionado, se entrega de mão beijada para os realmente desqualificados ou sem caráter o que pertence a todos, pois se os bons se omitem os maus não o fazem.

Pessoas com intenções nobres nem sempre têm força de vontade suficiente para enfrentar os riscos da posição político-partidária, pior se lhes faltar o apoio dos que acreditam no seu caráter: temendo o julgamento de suas intenções mais recônditas, sentem-se forçados pelas condições e falta de suporte, a não concorrerem.

O espírita pode e deve candidatar-se, trabalhar pelo bem comum. Todos podem e devem fazê-lo! Deixar de atuar politicamente, assim como abster-se de votar, apenas fortalece quem o faz de forma interesseira e egoística.

Recordando Martin Luther King Jr. pastor protestante e ativista político americano, repetimos suas palavras atuais hoje quanto quando proferidas, “o que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.

Vania Mugnato de Vasconcelos

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://www.correiofraterno.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1834:a-contribuicao-de-bezerra-de-menezes-a-politica-no-brasil&catid=15:baudememorias&Itemid=2>. Acesso em: 10MAR2020.

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