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Sozinho, mas acompanhado

março 16, 2020

Todos os lugares, portanto, podem ser consagrados ao serviço divino.
(Emmanuel)

A frase em epígrafe, psicografada por Francisco Cândido Xavier e inserida no livro Caminho, Verdade e Vida, remete-nos a reflexões múltiplas.

Afastando-nos do materialismo e admitindo a existência de um Criador, porque não há efeito sem causa, Deus – O Criador – só pode ser, em última instância, a inteligência suprema, causa primária de todas a coisas, como nos ensinam os Espíritos Superiores em O Livro dos Espíritos (1).

Por Infinito em suas perfeições (2), entenda-se que toda a obra divina é decorrente dessas “perfeições”, portanto perfeita em si mesma, incluindo o ente “Espírito” que, dentre suas características, destacam-se as capacidades intelectivas e morais que, por sua vez, iniciam seus desenvolvimentos a partir do “zero”, no momento da criação.

Uma outra característica que surge e desenvolve-se, ao longo das experiências reencarnatórias do Espírito, é o que chamamos de livre arbítrio. A capacidade de escolher o que pensar, falar e agir. É por isso que nós, enquanto Criaturas, embora filhos da “Perfeição”, somos eivados de imperfeições em nossos entendimentos e atitudes.

Interessante notar que, ao tentar identificar o Criador, as Criaturas transferem a Ele as suas próprias imperfeições e limitações e, por isso, a identidade divina percebida pela Criatura modifica-se ao longo do tempo nas mais diversas culturas.

Mas voltemos ao objetivo destes escritos.

Esteja nos pântanos da miséria humana, por sua própria escolha, ou nos verdes campos dos céus divinos, pelas conquistas adquiridas, a Criatura sempre estará nas mãos de Deus, dependendo tão somente de si mesma, para entrar em sintonia com Ele, porque Ele trabalha em favor de Seus filhos, sem afetar os seus livres arbítrios.

Portanto, em qualquer lugar em que se esteja, sob quaisquer condições, dependerá sempre da Criatura fazer o que precisa ser feito para dar continuidade ao seu próprio progresso.

Como “a vida lhe foi dada como prova ou expiação, mas dela depende abrandar os seus males e ser tão feliz quanto se pode ser na Terra” (3), torna-se fácil deduzir, com base na Perfeição Divina, que também é Amor, que bastará escolher o Amor por norte existencial, para que se encontre a si mesmo nos caminhos da vida, lembrando que aprendemos com o Senhor Jesus que amor sempre será um ato de doação de si mesmo em favor de outrem.

Sozinho se escolhe o Amor, mas será sempre acompanhado que se o colocará em prática, com Deus e com o próximo, porque com Deus somos “envolvidos” por Ele, e com o próximo porque estamos envolvidos com ele.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

Referências:
(1) KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos. Item n. 1;
(2) KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos. Item n. 3; e
(3) KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos. Item n. 920.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/biologia/mutualismo.htm>. Acesso em: 16MAR2020.

Antônio Carlos Navarro
Antônio Carlos Navarro

Estudioso e palestrante espírita. Trabalhador do Centro Espírita Francisco Cândido Xavier em São José do Rio Preto - SP

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