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A dança da Vida 

agosto 11, 2020

Se desejar, leia a Versão em inglês

Assistimos um vídeo postado no facebook que mostra as flores nascendo desde a semente na terra. Alguém se deu o trabalho de filmar e colocar em modo rápido para que o expectador aprecie o crescimento em detalhesO nome do vídeo é A Dança da Natureza, no link do Facebook (encurtado) https://tinyurl.com/y2yg7acx . 

Ficamos extasiados assistindo a beleza do desenvolvimento e dação da natureza. Imaginse filmassem assim a nossa vida, talvez nos calássemos diante das dificuldades que enfrentamos olhando de perto os acontecimentos que delas provieram, e, assim, nos veríamos como olhos mais realistas, valorizando na medida certa os momentos bons e ruins. Seria a dança da nossa vida que, na realidade, é o que nos é mostrado quando desencarnamos, na famosa recapitulação de toda a nossa história.  

Em o Livro dos Espíritos, Kardec pergunta aos Espíritos na questão 132 Qual é a finalidade da encarnação dos Espíritos?, ao que  lhe é  respondido: Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição, eles devem sofrer todas as vicissitudes da existência corpórea: nisso é que está a expiação. A encarnação tem ainda outra finalidade, que é a de pôr o Espírito em condições de enfrentar a sua parte na obra da Criação. É para executá-la que ele toma um aparelho em cada mundo, em harmonia com a matéria essencial do mesmo, a fim de nele cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. E dessa maneira, concorrendo para a obra geral, também progredir. 

Kardec coloca a seguinte observação após essa questão: 

A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Mas Deus, na sua sabedoria, quis que eles tivessem, nesta mesma ação, um meio de progredir e de se aproximarem dele. É assim que, por uma lei admirável de sua providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.  

Para chegarmos à perfeição precisamos agir no meio em que estamos e com coragem. No caso, a flor, está ao sabor do fluxo natural da vida, conforme o que é esperado do reino ao qual ela pertence, subindo na direção da luz, do Criador. Ela resiste à ação do sol, da chuva, dos seres que transitam por onde ela está e desfruta de todos eles, parecido conosco. Ela se transforma na flor que é esperada, tal qual nós, que progredimos para a melhor versão de nós mesmos que pudermos, a caminho da luz. 

Os Espíritos que nos ajudaram a reencarnar estão atentos, acompanhando-nos em cada passo, assistindo-nos e emitindo energias de amor, observando o  nosso crescimento assim como quem plantou a semente na terra e aguarda, pacientemente, o nosso desenvolvimento até chegar  à “flor” que planejamos ser. Fomos, meticulosamente, colocados nesta encarnação por um detalhado plano reencarnatório dos Espíritos Superiores para que agíssemos, exatamente, onde e com quem estamos e desenvolvêssemo-nos tal qual a flor do vídeo citado, interferindo na Terra, na vida, pois tudo se interconecta de forma estupenda. Vendo assim a vida, fica ela tão preciosa, linda e valiosa. 

O tempo passa tão rápido na filmagem, mas na vida real parece que demora tanto. Queremos tudo resolvido em nossas vidas tão rapidamente, queremos chegar em algum lugar, como se lá de fato seríamos felizes. Mas não parece chegar nunca! 

Entretanto, acontece que o tempo não parece existir quando estamos focados no que estamos fazendo, principalmente se apreciamos a atividade, então a resposta é agir sempre. Se essa ação tiver um propósito nobre e construtivo, a natureza toda colabora como a atmosfera à flor que, simplesmente, cumpre o seu papel. Se esse agir for com disciplina, paciência e perseverança, gerará o Amor que constrói maravilhas. 

O cientista famoso Stephen Hawking, que ficou totalmente paralisado pela doença degenerativa que o levou ao desencarne, dizia que apesar de não poder se movimentar, sua mente voava, então para ele a vida passava, rapidamente, pois se ocupava com os seus estudos, que foram muito importantes para o mundo. Ele agia pela mente, e o amor e dedicação aos estudos movimentavam a sua vida. Ele era a flor que crescia, aparentemente, inerte para um transeunte, porém, ambos progredindo. 

Olhando para os nossos filhos crescidos já, damo-nos conta que o tempo, que antes parecia não passar, na verdade passou muito rápido. O bom seria olhar para a nossa família, para as pessoas que conhecemos, para os amigos, para os acontecimentos,  como apreciamos as flores crescendo no vídeo,  percebendo e se encantando com cada detalhe, porque um dia, todos e tudo,  terão passado, e a experiência  com eles terá acabado, pelo menos no papel que todos temos nesta encarnação.  

Valorizemos cada benção que o Criador nos proporciona, aprendamos bem a lição de cada derrota e de cada vitória, sem alarde, mas, como observadores ávidos de aprendizado. A diferença de observar as flores do vídeo e a nossa vida é que após a atenta observação, podemos agir, modificando tudo que nossa consciência acusa como errado.   

Se não existíssemos, tudo seria diferente. Cada flor que vimos na vida, modificou-nos em algum nível.  Cada um de nós é uma peça importante no mundo, tal qual a flor. 

Maria Lúcia Garbini Gonçalves

 

Maria Lúcia Garbini Gonçalves
Maria Lúcia Garbini Gonçalves

Tradutora, mora em Porto Alegre/RS, estudante da Doutrina Espírita, trabalha no Grupo Espírita Francisco Xavier como médium.

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