Página InicialTextos EspíritasA mais desafiante conquista

472 visualizações

A mais desafiante conquista

outubro 7, 2020

O homem virtuoso é aquele que faz do bem uma necessidade imprescindível

“Somente os homens livres interiormente, possuem a
virtude, porque seus atos são resultados de sua livre
determinação, por ordem íntima da vontade pessoal.”

– Quintín López Gómez (1)

Ninguém é conscientemente mau. A maldade anda de mãos dadas com a ignorância; daí Jesus dizer que o conhecimento da verdade libertar-nos-á do espólio de nosso passado de equívocos, alcandorando-nos às regiões superiores da sabedoria e do amor, o que, em última análise significa nossa alforria espiritual. Assim, para mais rapidamente alcançarmos esse desiderato, necessário se faz a desafiante conquista da virtude.

Realmente é um grande desafio a erradicação das idiossincrasias do “homem-velho” recobertas pela pátina dos séculos…

Ensina François-Nicole-Madeleine (2) que “a virtude no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, quase sempre as acompanham pequenas enfermidades morais que as desornam e atenuam. Não é virtuoso aquele que faz ostentação da sua virtude, pois que lhe falta a qualidade principal: a modéstia, e tem o vício que se lhe opõe: o orgulho.”

Aquele que encontra prazer em realizar atos de virtude, integra-se a ela incorporando-a ao seu “modus-operandi”.

Com amplo descortino intelectual narra Quintín (1): “(…) o homem adquire a virtude com o esforço dirigido ao bem que o inspira e, insistindo em praticá-la, conforma a sua vida aos seus ditames. Para conseguir essa disposição é imprescindível adquirir o conhecimento do Bem; quer dizer que o homem saiba o valor moral de seus atos, de acordo com as leis morais.

Assim, a tendência ao bem é o primeiro passo para a virtude. Sua realização se transforma em experiência estimuladora; porém, só é virtude quando se constitui em um hábito natural, consciente e prazeroso. O motivador da virtude e seu alimento é o amor ao bem, como afirmava Aristóteles, que “o homem virtuoso é aquele que faz do bem uma necessidade imprescindível, que põe sua felicidade no bem.”

A virtude é o resultado da ação consciente, iluminada pela inteligência e resultante de uma vontade determinada a fazer sempre o bem e amparada pelo sentimento que lhe propicia cooperação para seu cumprimento; ela é a conquista mais desafiante para o homem que deve empenhar-se em consegui-la; ela propicia, à vida, nobreza e dignidade, trocando as asperezas do processo evolutivo e facultando alegrias ao superá-las.

Santo Agostinho, que a adquiriu com grande esforço e perseverança, repassando mentalmente – antes de dormir – todos os seus atos para verificar em quais deles não fora correto e poder corrigi-los no dia seguinte ensinava: “virtude é a boa qualidade do ânimo, pelo qual se vive bem e a qual ninguém usa mal”. Assim, o homem se inclina, moralmente, a uma constante ação do bem, que lhe faz bem através das boas ações.

(…) Quando o homem apresenta más ações, certamente está enfermo, fora de sua razão, visto que há, em todos os seres pensantes, uma tendência inata para o bem, porque todos possuem, em seu íntimo, a presença do Psiquismo Divino. O maior inimigo da virtude é o vício ou disposição para fazer o mal; este resulta dos apetites grosseiros da personalidade com seus consequentes danos morais.

A arte, a ciência e a tecnologia facilitam e embelezam a vida, mas somente a aquisição da virtude moral proporciona ao homem, equilíbrio, autocontrole, feliz intercâmbio com seus semelhantes e com tudo o que o rodeia, transformando-se na mais alta realização pessoal. Das virtudes cardinais bem vividas, nascem a fé, a esperança e a caridade, sem as quais o indivíduo não se encontra com seu próprio eu. Dessas surgem a humildade, o perdão, a paciência, a abnegação, a renúncia, a beneficência… Diante de todas, para o perfeito êxito, impõe-se a humildade. Sem esta as outras enfraquecem e perdem seu valor.

O orgulho, a vaidade e a07 presunção constituem vícios que impedem o desenvolvimento e a grandeza da virtude.

A ética espírita, examinando as virtudes essenciais para o homem, fiel ao pensamento cristão e paulino, estabelece que a caridade ou ação do bem por amor ao bem em favor de alguém, com conhecimento do bem é, por excelência, a base mais importante para a conquista de outros relevantes valores morais.”

Rogério Coelho

Referências:
(1) FRANCO, Divaldo. Rumo às Estrelas. Araras: IDE, 1992, pelo Espírito Quintín López Gómez. cap. 2; e
(2) KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. XVII, item 8.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://www.joaomagalhaes.com/o-tao-do-reiki/2018/06/quando-nao-temos-bondade-pelos-outros/ >. Acesso em: 07OUT2020.

 

Quando não temos bondade pelos outros | João Magalhães

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

Deixe aqui seu comentário:

Divulgue seu evento conosco.
É rápido, fácil e totalmente gratuito!

+ Clique e saiba como