Sofrimento – conceito 

Donizete Aparecido Pinheiro da Silveira
09/04/2021
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O que é o sofrimento para o Espiritismo? 

 

Todos que habitamos este planeta enfrentamos lutas, obstáculos, problemas, dificuldades. Quem se diz isento de problemas é porque tem vivido egoisticamente, sem se preocupar com a dor do próximo. Ao contrário do que costumamos acreditar, tudo isso não é castigo de Deus, que é amor e justiça em perfeição e deseja a nossa felicidade. São provas necessárias ao nosso aprimoramento; sem elas, seríamos ainda trogloditas das cavernas, ignorantes e selvagens. Graças à necessidade de lutar contra as adversidades é que alcançamos o progresso intelectual e o aprimoramento das relações humanas, embora este caminhe a passos de tartaruga em comparação com aquele. 

 

O sofrimento, na verdade, não decorre do problema em si mesmo, mas das nossas poucas condições para enfrentá-lo. É, pois, de natureza subjetiva, peculiar a cada criatura. Por isso que as situações não acarretam sempre as mesmas reações em pessoas diferentes. 

 

São comuns os comentários de que os espíritas são frios quando da morte de parentes ou amigos, ao passo que o normal é o desespero e até a revolta. Puro engano das criaturas. Sentimos a separação daqueles que amamos e dói-nos a ausência, mas a Doutrina Espírita nos ensinou que a morte não existe; que o retorno à Espiritualidade, em condições naturais, é um bem para quem regressou; e que em breve estaremos reunidos no Além. Esse conhecimento fortalece a nossa fé e suportamos o transe de maneira mais equilibrada, o que significa sofrer menos. 

 

Blasfemamos contra a dor, mas a dor é um bem, porque demonstra que estamos doentes e onde; sem ela perecíamos mais depressa. Igualmente lamentamos a doença, mas a doença, em regra, é sinal de que levamos uma vida inadequada, convidando-nos à renovação e ao indispensável crescimento espiritual. 

 

Há uma lei natural denominada “causa e efeito”. Em razão dela, toda ação implica numa consequência, de natureza semelhante, boa ou ruim. Quem planta flores, colherá flores; mas quem semeia espinhos só poderá colher espinhos. É uma regra inderrogável, da qual não se escapa; mais cedo ou mais tarde, nesta vida ou em futuras encarnações, estaremos recolhendo os frutos da nossa semeadura. 

 

Dessa maneira, se padecemos de uma cirrose hepática, é bem provável que a causa seja o abuso do álcool ou da alimentação, nesta vida ou em outras vidas; se sofremos o abandono e a ingratidão dos filhos, isso pode ser fruto nas nossas próprias condutas, por educá-los de forma incorreta; dificuldades financeiras comumente decorrem da nossa incapacidade de gerenciar os negócios ou dos desperdícios com os gozos materiais. 

 

Nós somos os construtores da nossa felicidade ou infelicidade. Por isso, é imprescindível que comecemos a meditar no nosso modo de vida, fazendo uma avaliação das nossas condutas, para eliminar aquelas negativas e fortalecer as positivas, sabendo que todo o bem que fazemos ao nosso próximo é o bem que atraímos para nós mesmos, e assim arredando para longe o sofrimento. 

 

Donizete Pinheiro 

 

Nota do autor: 

Do livro Respostas Espíritas”. 

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