
A natureza cura
Passeávamos pelo parque e sentindo-nos afetados pelos pensamentos incessantes e nervosos, parecia-nos que as árvores faziam um convite amigável e humilde: Venham, abracem-nos e deixem para a terra todas estas energias deletérias. Sem pensar muito, abraçamos a amiga frondosa. Um sentimento de conexão nos invadiu e o coração inundou-se de paz. Após agradecê-la, demos prosseguimento ao passeio, sentimos uma leve vertigem, mas, sim, ficava evidente a influência benéfica das amigas árvores no nosso corpo.
“Se por ventura a imprudência quiser se manifestar por intermédio de tua boca, sopra-a em direção à terra, sem nada dizer”(1).
Na ocasião narrada acima, não veiculamos os pensamentos pela fala, mas em formas pensamentos e intuitivamente usamos a árvore como veículo para conduzir à terra todas as emanações infrutíferas produzidas por nós mesmos.
Ficamos a imaginar a quantidade de energias nocivas que emitimos a todo instante à nossa amada terra. Isso tudo não é inesperado, Deus já se antecipou e deu meios da natureza transmutar essas energias para melhor e disponibiliza aos que souberem conectar-se com a mãe natureza.
Mas já é um motivo para pensarmos que poderíamos ser mais bondosos com a natureza que Deus nos deu gratuitamente e tomarmos a decisão de um esforço redobrado de vigilância para produzir melhores pensamentos.
Sabemos que a mãe natureza cura. Quem não se sentiu renovado e aliviado depois de um gostoso banho de mar? Quem não relaxa só de vislumbrar o verde das árvores e os pássaros voando pelo céu azul? Quem não ficou paralisado pelo silêncio no alto de uma montanha? Quem não encheu os olhos com a noite escura e estrelada? Quem não se sentiu alegre como uma criança ao caminhar descalço na beira da praia ou no gramado? Quem não se sentiu maravilhado com a força da natureza ao vislumbrar uma tempestade violenta no mar ou nas ruas, que tudo arrasta? Quem não se impressionou com a rapidez que a vida passa ao ver as estações mudando a paisagem da natureza? Quem não se sentiu energizado ao respirar o ar do campo?
Todos esses sentimentos que ela, a natureza, nos causa, não passam de silenciosas energias curativas do laboratório divino. O banho de mar renova as nossas energias, o verde nos acalma as emoções, os pássaros agradam os nossos olhos e ouvindo, nos encantando, o silêncio é para Deus falar conosco, o céu estrelado nos torna humildes, pois nos damos conta que somos nada diante do universo, o toque de nossos pés no solo nos faz achar a alegria e a espontaneidade talvez perdidas, a tempestade nos convida à reforma íntima, e as mudanças das estações nos mostra que tudo na vida passa e precisamos aproveitar cada momento vivido, e o ar, assim como a água, nos mantêm vivos.
Nós somos parte deste cenário estupendo criado por Deus e todos os bons sentimentos nos unem mais a cadeia natural, harmonizando-nos com a vida.
“Em tudo existe vitalidade, força dinâmica de Deus que dá a vida a todas as coisas e a todos os seres. Concitamos os homens a não deixarem de observar a natureza e as Leis naturais, fazendo-se delas leitores atento.
A vitalidade existe com abundância no ar, de forma que se pode respirá-la, dependendo do que se pensa e certamente de como se vive. Os alimentos, como por exemplo os frutos, são ricos em vitalidade. Você pode disciplinar a mente para extraí-la, e passar a viver rico de forças espirituais, doando ainda para os que são fracos dessa essência superior.”
A água, principalmente a corrente, onde o ar está sempre a enriquecê-la com suas modalidades de entregar seus mais puros agentes de vida a todos os reinos da natureza, é carregada de vitalidade”.(2)
Assim, compreendemos que somos feito peixinhos dentro de um imenso aquário onde a água é Deus. Estamos envolvidos por esta vitalidade Divina e podemos manipulá-la e doar aos outros com o nosso amor.
“Comece hoje a conhecer a presença desses fluidos em tudo o que tocar”.(2)
O amor está em todo lugar, sirva-se.
Maria Lúcia Garbini Gonçalves
Referências:
(1) MAIA, João Nunes, pelo espírito Miramez. Horizontes da Fala; e
(2) MAIA, João Nunes, pelo Espírito Kahena. Canção da Natureza.
Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://www.caribjournal.com/2013/07/03/the-caribbeans-best-walking-beaches/>. Acesso em: 27OUT2018.
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